No calendário judaico, há duas festas instituídas por nossos Sábios: Chanucá e Purim. Os eventos que celebramos em Chanucá ocorreram em uma época em que o judaísmo estava ameaçado. Isto é, a guerra dos sírio-gregos não era contra os judeus como povo, mas sim, contra a Torá – a religião judaica e suas leis, valores e ideais. A história de Purim, por outro lado, trata de um homem maligno que visou a exterminar todos os judeus. A guerra de Haman não era contra o judaísmo, e sim, contra o Povo Judeu. Assim, a primeira celebra a continuidade espiritual da nação judaica ao passo que a segunda comemora sua sobrevivência física.
Essa diferença se reflete em seus respectivos mandamentos. Chanucá é a festa das luzes: durante oito noites, acendemos azeite de oliva ou velas. No judaísmo, o azeite representa a sabedoria; a vela simboliza a alma; e a luz é a metáfora mais comum utilizada para se referir à Torá e à espiritualidade. O mandamento de acender as velas dessa festa celebra o triunfo da Torá e da alma. Por outro lado, os mandamentos de Purim simbolizam a materialidade: faz-se uma refeição festiva; enviam-se alimentos já prontos para consumo aos amigos; e doa-se dinheiro para que os necessitados também possam alegrar-se nessa data. Já que esta festa celebra a sobrevivência física do nosso povo, observam-se os seus mandamentos por meio de elementos físicos, necessários para a sobrevivência.
Aparentemente, o tema central de Chanucá é a alma e o de Purim, o corpo. Contudo, uma reflexão mais profunda nos leva a concluir que Chanucá também celebra a materialidade e que os mandamentos de Purim também possuem um fundo espiritual. Com efeito, o azeite utilizado para acender as luzes da Chanuquiá representa a sabedoria, mas também constitui um alimento rico e saboroso. No que concerne a Purim, inegavelmente se trata de um dia em que se alimenta o corpo, mas a festa é antecedida por um jejum: o Jejum de Esther. Ademais, um dos quatro mandamentos dessa festa é ouvir a leitura da Meguilá, um dos livros do Tanach.
Torna-se evidente, portanto, que no judaísmo, o espiritual e o material estão entrelaçados. Chanucá enfatiza a espiritualidade, mas seus mandamentos e tradições também refletem a materialidade. Já Purim é uma festa cujos mandamentos aparentam ser de cunho materialista, mas, na realidade, contêm um fundo de espiritualidade. Isso nos ensina que tanto o corpo como a alma são sagrados e devem ser muito bem preservados. A Torá revela que a alma, o sopro Divino, é o que dá vida ao corpo, mas que sem um organismo vivo e saudável lhe é praticamente impossível desempenhar sua missão neste mundo. A Cabalá ensina que o ser humano é um microcosmo de todo o universo. Quando ele mantém paz e harmonia entre corpo e alma – quando estes se encontram em equilíbrio e agem em conjunto – unem-se os Céus e a Terra.
Neste ano deixaram este mundo dois homens que marcaram a história de nosso povo. Lutaram, de forma diferente, para garantir um futuro melhor para todos nós, judeus. O Rav Joseph Haim Sitruk zt”l, Rabino Chefe da França durante duas décadas, liderou os judeus da França e do mundo de língua francesa em direção à espiritualidade, para que a luz da Torá brilhasse cada vez mais forte. Como outros grandes líderes espirituais do Povo Judeu, o Grão Rabino Sitruk personificou o tema das luzes de Chanucá. Dizia que nós, judeus, “temos uma herança fabulosa, mas infelizmente muitos de nós não a conhecemos”. Portanto, cada judeu tem o dever de receber e transmitir o judaísmo – algo que ele fez durante toda a sua vida. Já Shimon Peres z”l, foi um grande estadista que, seguindo o exemplo de Mordechai e Esther, utilizou seus talentos e sua grande habilidade política para garantir a segurança e o futuro do Estado de Israel e do Povo Judeu. Peres, um dos pais do Estado de Israel, dedicou a vida para assegurar que nenhum inimigo pudesse novamente ameaçar a sobrevivência de nosso povo – para que nós, judeus, pudéssemos ter, após 2.000 anos de exílio e sofrimentos indescritíveis, um Estado Judeu – forte e seguro.
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Acendimento das velas