Ao chamar alguém para uma aliá na leitura da Torá, utiliza-se o nome hebraico da pessoa seguido do nome de seu pai — por exemplo, Yaacov ben Itzchak. Essa prática reforça a continuidade espiritual entre as gerações e expressa a transmissão da identidade dentro do Povo Judeu.
O Midrash relata que um dos méritos que mantiveram o Povo Judeu digno da redenção no Egito foi o fato de que não abandonaram seus nomes hebraicos tradicionais. Mesmo cercados por pressões de assimilação, preservaram seus nomes — e, com eles, sua identidade espiritual.
Assim, o nome hebraico continua sendo uma herança sagrada: um vínculo vivo entre a pessoa, seus antepassados e D’us, que a acompanha em toda a sua jornada espiritual.
Os Sábios ensinam que, quando o Povo Judeu atravessou o Mar Vermelho, o mar se abriu em doze caminhos distintos, um para cada tribo. Essa tradição, registrada no Midrash Tehilim, simboliza que, embora exista uma única Torá e um destino comum, cada tribo — e cada indivíduo — percorre seu próprio caminho espiritual dentro do plano Divino.
O Talmud acrescenta que o mérito que levou ao milagre foi a própria determinação do povo: somente quando Nachshon ben Aminadav entrou nas águas com fé absoluta o mar finalmente se abriu. Esse episódio ensina que o milagre muitas vezes se manifesta apenas depois do primeiro passo — aquele movido por coragem, confiança e devoção.
Assim, a travessia do Mar Vermelho não é apenas um evento histórico, mas um modelo espiritual: D’us abre os mares da vida, mas cabe à pessoa avançar com fé, iniciando o caminho que leva à redenção e à proteção Divina.
Rachel, diferentemente de sua irmã Leah, passou muitos anos sem ter filhos. Ainda assim, jamais perdeu a esperança e continuou rezando com fé absoluta. Quando finalmente Yosef (José) nasce, Rachel explica o nome dizendo: “Que D’us me acrescente outro filho.”
Os Mestres Chassídicos observam que o nome Yosef — “acrescentar” — simboliza a capacidade de transformar desafios em crescimento. Rachel, mesmo após tantos anos de espera, não se limitou a agradecer pela bênção recebida: ela usou o momento para pedir mais, expressando sua confiança plena de que D’us continua concedendo vida, continuidade e futuro.
Essa postura de esperança ativa se tornou o legado espiritual de Rachel: ensinar que, mesmo diante de demoras e dificuldades, a fé pode não apenas sustentar, mas também elevar a alma, abrindo caminhos para novas e abundantes bênçãos.
Durante sua permanência na casa de Lavan, Yaacov enfrentou anos de enganos, manipulações e dificuldades, mas permaneceu íntegro e fiel à vontade Divina. Mesmo imerso em um ambiente moralmente corrompido, manteve seus princípios, trabalhou com honestidade e confiou na Providência.
Os Mestres Chassídicos explicam que essa fase da vida de Yaacov representa o desafio espiritual de cada pessoa: servir a D’us não apenas nos momentos de inspiração, mas também nas circunstâncias mais comuns do dia a dia, quando a espiritualidade parece distante.
O nome “Yaacov” vem da palavra ékev (calcanhar), indicando que até a parte mais “baixa” do ser humano — suas rotinas, seus esforços físicos e suas tarefas materiais — pode se tornar instrumento de santidade. Assim como Yaacov fez florescer bênçãos mesmo sob o domínio de Lavan, cada pessoa pode transformar os lugares e momentos comuns de sua vida em espaços de luz, fidelidade e ligação com D’us.
O acendimento das velas do Shabat, realizado por mulheres e meninas pouco antes do pôr do sol, é uma das mitsvot mais queridas do Judaísmo. A luz das velas simboliza a presença Divina no lar, trazendo paz, harmonia e santidade à família.
De acordo com os Mestres Chassídicos, as velas representam o corpo e a alma: o pavio simboliza o corpo; o óleo ou a cera, as boas ações; e a chama, a alma que se eleva em direção ao Criador. Assim, o ato de acender as velas não é apenas um gesto físico, mas uma metáfora viva da missão espiritual de cada judeu — transformar a escuridão do mundo em luz.
A Caverna de Machpelá, localizada em Chevron, é o local de sepultamento dos Patriarcas e Matriarcas: Avraham e Sarah, Itzchak e Rivká (Rebecca), Yaacov e Leah. O nome Machpelá significa “dupla” ou “duplicada”, e os comentaristas explicam que isso se deve ao fato de o local possuir câmaras sobrepostas — ou, em sentido simbólico, representar a união entre o mundo físico e o espiritual.
De acordo com a Torá, Rivká (Rebecca) demonstrou grande bondade ao oferecer água não apenas a Eliezer, mas também aos seus camelos — um gesto de esforço e generosidade genuína. Nossos Sábios veem nesse ato o sinal de que ela era digna de se tornar uma das Matriarcas de Israel.
Os Mestres Chassídicos explicam que a chesed (bondade) de Rivká não era apenas compaixão natural, mas a expressão de uma alma que reflete a bondade Divina. Por isso, sua ação serviu como base para o futuro do Povo Judeu, fundado sobre a combinação de fé e bondade.
Cada pequeno ato de chesed, ensinam eles, carrega a mesma força espiritual — pois a bondade sincera é o idioma universal através do qual o ser humano se conecta ao Criador.
O Talmud ensina que D’us, por assim dizer, também “usa Tefilin”, como expressão do amor recíproco entre Ele e Israel. Nos Tefilin do judeu está escrito: “Ouve, ó Israel, o Eterno é nosso D’us, o Eterno é Um”, enquanto nos “Tefilin” de D’us está escrito: “Quem é como o Teu povo, Israel, uma nação única na terra.”
Essa imagem simbólica expressa que o Tefilin não é apenas um lembrete físico da fé, mas um laço de amor e orgulho mútuo entre o Criador e Seu povo — um elo renovado a cada manhã, quando o judeu une mente e coração em devoção sincera.
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Acendimento das velas