O Alter Rebe, fundador do movimento Chabad-Lubavitch, comparou o mês de Elul ao momento em que “o Rei está no campo”. Assim como um rei que deixa seu palácio e se aproxima do povo com acolhimento e bondade, em Elul, D’us Se aproxima de cada pessoa com amor especial. Essa metáfora ensina que, nesse mês, cada um de nós pode se voltar a D’us com maior facilidade e sinceridade, aproveitando essa proximidade para fortalecer sua ligação espiritual antes do julgamento de Rosh Hashaná.
Em Elul, é costume tocar o shofar diariamente (exceto em Shabat e na véspera de Rosh Hashaná). Esse costume remonta a Moshe Rabenu, que subiu ao Monte Sinai neste mês para receber as segundas Tábuas da Lei. O som do shofar desperta o coração do Povo Judeu para a teshuvá, lembrando que Elul é um mês de misericórdia e perdão Divino. Além disso, desde o início de Elul até Yom Kipur, é costume recitar o Salmo 27 (L’David Hashem Ori), que fala da confiança em D’us e de Sua proteção, reforçando a atmosfera de espiritualidade e preparação para os Yamim Noraim (Dias Temíveis).
O estudo da Torá não termina na compreensão — ele deve levar à prática. O Talmud registra um debate: o que é maior, estudar ou agir? A conclusão foi: “O estudo é maior, porque leva à ação.” O aprendizado da Torá refina o intelecto, eleva o coração e orienta a conduta. O estudo sem prática é incompleto. Por isso, a educação judaica enfatiza tanto o conhecimento quanto a ação: aprender as leis e aplicá-las na vida cotidiana — nas bênçãos, na honestidade, na bondade, na prece e no respeito ao próximo.
A mitzvá de devolver um objeto perdido é um pilar da ética da Torá. Quem encontra um item, mesmo algo pequeno como uma moeda ou um lenço, tem a obrigação de tentar devolvê-lo. Esse mandamento ensina respeito pela propriedade alheia, fortalece a confiança comunitária e reforça a responsabilidade pessoal. Ele se aplica mesmo quando envolve esforço ou incômodo, lembrando-nos de que os valores da Torá exigem não apenas boas intenções, mas ações concretas.
Quando Moshe desceu do Sinai e viu o Bezerro de Ouro, quebrou as primeiras Tábuas — mas, segundo o Talmud e o Midrash, D’us o elogiou por isso. Moshe agiu com amor e lealdade ao Povo Judeu, temendo que, naquele momento, devido ao pecado do bezerro de ouro, não fossem dignos de tamanho presente Divino. De forma notável, tanto as segundas Tábuas completas quanto as primeiras, quebradas, foram colocadas juntas na Arca Sagrada. Esse fato transmite uma lição profunda: mesmo a quebra, quando nasce da devoção sincera, é valorizada. A Torá não exige perfeição — acolhe a luta conduzida com amor e verdade.
Algumas mitzvot são cumpridas com a boca — como pronunciar palavras de Torá, recitar bênçãos ou oferecer palavras bondosas e edificantes. O Chafetz Chaim enfatizava que, assim como o alimento casher preserva a pureza física, a “fala casher” mantém a pureza da alma. A mitzvá de shemirat halashon — guardar a língua contra fofoca (lashon hará), calúnia e palavras prejudiciais — é considerada uma das mais difíceis e elevadas. A Torá dá enorme importância à fala, pois foi através dela que D’us criou o mundo: “E D’us disse: ‘Haja luz’” (Bereshit 1:3).
A mitzvá de devolver objetos perdidos tem dimensões tanto práticas quanto espirituais. Mesmo quando envolve esforço ou incômodo, a pessoa é obrigada a agir. Os Sábios ampliaram esse mandamento para incluir não apenas a devolução de bens materiais, mas também de dignidade, esperança ou direção espiritual. Se alguém se encontra “perdido” — física, emocional ou espiritualmente —, é uma mitzvá ajudá-lo a reencontrar o caminho. Isso ensina que a preocupação da Torá abrange todos os aspectos do bem-estar humano.
No primeiro dia de Elul, Moshe Rabenu subiu ao Monte Sinai pela terceira vez, permanecendo ali por 40 dias até Yom Kipur. Nesse período, o Povo Judeu foi perdoado pelo pecado do bezerro de ouro e recebeu as segundas Tábuas da Lei. Por isso, Elul se tornou um mês de misericórdia e perdão Divino. Seguindo essa tradição, desde o primeiro dia de Elul até Yom Kipur é costume recitar diariamente o Salmo 27 (L’David Hashem Ori), despertando o coração para a teshuvá.
Mensagem enviada!
Carregando
Carregando
Carregando
Carregando
Carregando
Carregando
Acendimento das velas