Ramat Gan, cidade localizada no centro de Israel, foi escolhida para sediar o primeiro Museu Judaico de Esportes. Inaugurado em outubro de 2022, suas galerias, com 1.500 metros quadrados, expõem mais de mil itens originais – muitos dos quais raros. Através de seu acervo pode-se conhecer a história de mais de 130 anos de participação judaica no universo esportivo. Em sua ampla sala de cinema, sucessivas imagens mostram as conquistas obtidas ao longo de décadas por atletas judeus e israelenses nas diversas modalidades.

O acervo está dividido em seis seções: 1 - A Visão – apresenta a visão por trás dos esportes judaicos em seus primórdios; 2 - A Nação Maravilha – aborda do final do século 19 até o início da 2ª Guerra Mundial. Inclui exposições sobre os primeiros clubes esportivos judeus da Europa e da Terra de Israel, e também destaca os dilemas dos atletas judeus para participar dos Jogos Olímpicos de 1936, realizados na Alemanha nazista; 3 - O Holocausto – narra a história de atletas judeus durante o período, como o educador e atleta assassinado Fredy Hirsch e o jornalista Noah Klieger, que sobreviveu graças a ser um dos “boxeadores de estimação” do campo de morte de Auschwitz; 4 - Tkuma (Renascimento) – aborda o estabelecimento de Israel e o renascimento dos esportes judaicos na Europa e, principalmente, na América do Sul; 5 - A Superação – traz o trauma das Olimpíadas de Munique de 1972 e o assassinato dos 11 atletas israelenses; 6 - Mente Saudável em Corpo Saudável – destaca grandes atletas judeus das últimas décadas.

Na lista de personagens cujas trajetórias estão retratadas está Daniel Mendoza, que, no século 18, foi considerado o pai do boxe; Sandy Koufax, a lenda do beisebol que não participou do primeiro jogo da World Series de 1965 por ser Yom Kipur; Mark Spitz, o nadador cujas sete medalhas de ouro recordes deveriam ter sido a razão para que os Jogos Olímpicos de Munique de 1972 não fossem esquecidos. Entre os israelenses mencionados, a judoca Yael Arad, primeira israelense a ganhar uma medalha olímpica; o jogador de futebol Yossi Benayoun, que fez parte das seleções de alguns dos principais clubes da Inglaterra; os tenistas Jonathan Erlich e Andy Ram, que venceram o torneio de duplas masculino do Australian Open de 2008, entre muitos outros mais.

Entre as peças expostas no museu estão a prancha de surf com a qual Gal Fridman conquistou a medalha de ouro nos Jogos Olímpicos de Atenas de 2004; o uniforme de judô usado por Yael Arad ao levar a medalha de prata nas Olimpíadas de Barcelona, ​​em 1992; o Campeonato Europeu de Basquete, vencido pelo Maccabi Tel Aviv em 1977; a luva de beisebol de Sandy Koufax – um dos maiores arremessadores de beisebol da história; o troféu de Ágnes Keleti – uma das mais importantes atletas judias de todos os tempos; e camisas originais de Eran Zahavi e Yossi Benayoun.

A expectativa dos responsáveis pelo Museu é que esta iniciativa inspire as crianças e adolescentes visitantes a se tornarem atletas. É o que espera, também, o judoca israelense, medalhista de bronze nas Olimpíadas de 2016, Ori Sasson, no Rio de Janeiro, e em Tóquio, em 2020. Em entrevista ao jornal The Jerusalém Post, afirmou: “O museu é um lugar inspirador. É importante para a cultura e para a geração jovem. Tenho certeza de que cada criança que visitar suas galerias e assistir aos filmes vai se inspirar e acreditar que seu sonho pode tornar-se realidade. Geralmente pensamos nos resultados israelenses, mas antes de Israel ser estabelecido já tínhamos ótimos resultados de grandes atletas judeus no mundo todo. Acho que podemos estar orgulhosos de nossa história”.

Para Osnat Tzur, CEO da instituição, “o passeio pelo museu leva os visitantes a uma jornada emocionante e inspiradora que começa no século 19, avança até o presente e continua até o futuro do esporte israelense. Os visitantes do museu, crianças e adultos, podem ter certeza de que vivenciarão uma experiência emocionante e poderosa baseada em três âncoras significativas: esportes, Judaísmo e o Estado de Israel”.