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7 Kislev 5785 | 08 dezembro 2024

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agosto 2012
Ed. 77

Carta do leitor

ANO XIX
N. 77
agosto 2012
CARTA AO LEITOR: ANO XIX N.77 agosto 2012

No jantar de Rosh Hashaná, há o costume, tanto entre Sefaraditas quanto Asquenazitas, de se comer maçã vermelha com mel. Entre todos os alimentos doces que existem, por que maçã e mel?

Um dos motivos é a clara diferença que há entre a doçura da maçã e a do mel. A maçã é uma fruta naturalmente doce. Além de doce, é muito bela e esse é o motivo pelo qual muitas pessoas acreditam, erroneamente, que a maçã foi o fruto proibido do Jardim do Éden.

O mel, por outro lado, é produzido por abelhas – insetos não comestíveis e que dão ferroadas. Mas, o mel que a abelha produz é doce, até mais doce que a maçã.

Similarmente, há dois tipos de doçura na vida. O primeiro tipo é a doçura revelada: um evento alegre, um triunfo pessoal, uma relação amorosa bem-sucedida, o sucesso
em um empreendimento comercial. É evidente que as ocasiões felizes e o sucesso são doces, da mesma forma como é óbvio que uma maçã vermelha é doce.

Contudo, na vida há outro tipo de doçura – a que advém dos desafios superados.
A maioria de nós tem consciência de que as coisas mais valiosas na vida só são alcançadas com muito esforço, dedicação, persistência e sacrifício. Enquanto enfrentamos um desafio ou lutamos para superar obstáculos, eles aparentam ser dolorosos, como o ferrão de uma abelha. Mas quando conseguimos superá-los, descobrimos ser muito mais capazes do que imaginávamos.

A doçura da maçã e a do mel também simbolizam dois tipos de bênçãos Divinas que são transmitidas ao nosso mundo: as reveladas e as ocultas. As bênçãos reveladas são aquelas que nos trazem júbilo imediato. As bênçãos ocultas, por outro lado, veem disfarçadas, elas aparentam ser como a picada de uma abelha, mas, na realidade, são doces como o mel.

A maioria de nós já foi presenteada com bênçãos ocultas: um evento em nossas vidas que, no primeiro momento pareceu negativo e acabou provando nos ser extremamente benéfico. Um dos motivos pelos quais uma bênção oculta é mais doce do que a revelada é porque nos faz lembrar que D’us cuida de nós, mesmo quando isso não é aparente.

Em Rosh Hashaná, o dia do Julgamento Divino, tudo o que fazemos é carregado de significados. Há o costume de comer maçã com mel como forma de pedir a D’us um ano bom e doce. No Ano Novo, abençoamos uns aos outros para que o ano que se inicia seja repleto de bênçãos tanto as reveladas como as ocultas.

Shaná Tová Umetucá!

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