O relato a seguir é uma breve lembrança da vida dos meus pais, que saíram no século passado da Bessarábia, uma bela e conturbada região localizada entre a Romênia e a Rússia, e se radicaram no Brasil, no Rio de Janeiro. Espero que meus netos e os netos dos meus netos, se vierem a tomar conhecimento desta narrativa, renovem o orgulho por terem atravessado o Mar Vermelho guiados por Moisés, e sempre se empenhem pela sobrevivência do Povo Judeu.
Em 16 de fevereiro de 1907, The Sydney Morning Herald noticiava: “Há territórios férteis desabitados ao Norte da Austrália, pontos mais vulneráveis e suscetíveis a ataques, ainda clamando por serem povoados. Os judeus poderão constituir-se num posto avançado de alerta”. Pela primeira vez cogitava-se a criação de lar judaico em terras australianas. O poeta Zechariah Choneh Bergner ou “Melech Ravitch”1, e, principalmente, Isaac Nachman Steinberg, retomariam essa ideia entre 1933-1939.
Argel, manhã de 8 de novembro de 1942. Liderados por Bernard Karsenty e José Aboulker, 377 combatentes da Resistência anti-Vichy, praticamente desarmados, tomam pontos estratégicos e paralisam as forças de Vichy. O levante facilita a entrada na cidade de tropas norte-americanas da Operação Tocha. A grande maioria dos combatentes e seus líderes eram judeus. Esses jovens destemidos jamais receberam crédito por sua bravura. Simplesmente foram esquecidos pela História.
O ano de 2017 assinalará o 120o aniversário da realização do Primeiro Congresso Sionista Mundial, ocorrido a partir do dia 25 de agosto de 1897 na cidade de Basileia, Suíça. Este evento, um dos mais impactantes na vida judaica em todos os tempos, deveu-se à visão, talento, audácia e perseverança de um jovem, então com 37 anos, húngaro de nascimento e vienense de formação, chamado Theodor Herzl.
Há 500 anos, no dia 29 de março de 1516, a Sereníssima República de Veneza determinou que os judeus eram obrigados a viver numa área delimitada, que passou a se chamar “Ghetto”. Os judeus de Veneza lá viveram durante quase 300 anos, até 1797, quando os muros foram derrubados por Napoleão.
No ano de 1492, os judeus da Espanha que, no decorrer dos séculos, haviam adquirido mais poder econômico e político do que qualquer outra comunidade judaica medieval, foram sumariamente expulsos do país. O Édito de 31 de março, outorgado pelos reis Fernando de Aragão e Isabel de Castela, tornara o judaísmo ilegal em seus domínios e, num prazo de quatro meses, os judeus tiveram que escolher entre o exílio ou o batismo.