Organização judaica “ilegal” de resgate ligada à Aliá Bet, Brichá, atuou na Europa pós-2a Guerra para recolher os sobreviventes judeus que se encontravam em países da Europa Oriental e em campos de Pessoas Deslocadas e levá-los até os portos onde seriam embarcados para o Estado Judeu, que lutava para renascer.Heróis destemidos, os integrantes da Brichá foram exemplo da coragem e da iniciativa judaica, superando todas as dificuldades para realizaR o sonho milenar de uma pátria em sua terra ancestral.

A história da Brichá, que significa fuga, em hebraico, é desconhecida por muitos, apesar de o movimento ter ajudado, de forma “ilegal”, a transportar mais de 150 mil refugiados judeus pela Europa, no pós-guerra, e permitir que mais de 100 mil chegassem aos portos onde navios da Aliá Bet1 os aguardavam para levá-los “ilegalmente” à  Terra de Israel. Essa história faz parte da saga dos sobreviventes judeus na Europa e daqueles que fugiam do regime soviético nos anos que precederam a criação do Estado de Israel. E conta a história de judeus que, mais uma vez, não tinham para onde ir e que logo entenderam que os inimigos da Alemanha nazista não eram, necessariamente, aliados do Povo Judeu. Enquanto o mundo voltava a mostrar sua indiferença ao destino dos judeus europeus, estes não mediam esforços para chegar a Eretz Israel.  A criação de um Lar Nacional Judaico seria sua única salvação.

Libertação dos Campos

Enquanto as tropas aliadas se movimentavam através da Europa na luta contra a Alemanha nazista, em 1944 e 1945, iam-se deparando com campos alemães de concentração e de extermínio e covas coletivas repletas de corpos que testemunhavam a barbárie dos crimes nazistas.

No verão de 1944, Majdanek, em Lublin, na Polônia, foi o primeiro entre os grandes campos nazistas a ser libertado. Forças soviéticas o libertaram. Seis meses mais tarde, em 27 de janeiro de 1945, tropas soviéticas libertaram 2.819 prisioneiros em Auschwitz – os únicos sobreviventes das cerca de 1.3 milhão de pessoas, em sua grande  maioria judeus, que haviam sido deportados para Auschwitz durante a guerra.

Quando forças britânicas liberaram o campo de concentração de Bergen-Belsen, em meados de abril de 1945, eram 60 mil os prisioneiros encontrados com vida, a maioria dos quais em condições críticas. Apesar dos esforços e atendimento médico, poucas semanas após a libertação, mais de 13 mil deles morreram por conta da subnutrição e enfermidades. E essa foi a história recorrente em cada um dos campos que eram libertados; poucos sobreviventes eram encontrados e, muitos deles, em terríveis condições de saúde. Esses sobreviventes eram esqueletos humanos, desnutridos, às vezes catatônicos, sem família, sem lar, sem posses e assombrados por pesadelos recorrentes. Dezenas de milhares deles morreram nos primeiros meses após a libertação. As indescritíveis condições com que se depararam os libertadores começavam a comprovar a dimensão dos horrores nazistas.

Os sobreviventes

Estima-se que, na Europa, 500 mil judeus tenham emergido, no final da guerra, um grande número dos quais se encontravam em condições in extremis, tanto em termos físicos quanto psicológicos. Alguns poucos conseguiram sobreviver nos campos de concentração, outros escondidos por pessoas corajosas, uma quantidade deles embrenhados nas florestas e pântanos de onde lutaram como partisans. Um número razoável de judeus conseguira, em 1939, fugir da Polônia frente à invasão alemã, refugiando-se na então União Soviética, onde lhes foi permitido viver em áreas remotas. Apesar de terem passado dificuldades terríveis, assim como os russos frente à invasão alemã, conseguiram sobreviver.

Mas o que aconteceu com os sobreviventes após a abertura dos campos nazistas pelos exércitos aliados? Num primeiro instante, um choque total frente às atrocidades alemãs. O socorro foi prestado imediatamente. O mundo, estarrecido, tomou conhecimento dos relatos assombrosos dos soldados que abriram os campos, sem conseguir, muitas vezes, distinguir entre os vivos e os mortos. Um jornalista usou estas palavras ao descrever o que vira em Buchenwald, em abril de 1945: “Não dá para um ser humano assimilar o que aconteceu, mesmo tendo visto os lugares com seus próprios olhos”.

Porém, nos meses e anos que se seguiram, as nações ocidentais pouco fizeram para ajudar as vítimas judias do nazismo. Esperava-se que sentissem uma vergonha terrível por não terem aberto suas portas enquanto havia tempo, por não atenderem aos apelos das entidades judaicas, por não terem intercedido a favor dos judeus. Porém, o mundo mais uma vez se omitiu e os países continuavam com as portas fechadas para os poucos judeus que conseguiram sobreviver. Dois terços dos judeus europeus haviam sido assassinados e a vida judaica na Europa alterada para sempre.

Pessoas Deslocadas

Durante os anos de 1944-45, em seu avanço pela Europa, os exércitos aliados encontraram entre sete e nove milhões de pessoas deslocadas pela guerra vivendo em países que não eram os seus de origem. O fim das hostilidades na Europa implicava em determinar o que se fazer com eles e, em particular, com os sobreviventes judeus, as maiores vítimas dos nazistas. Os problemas mais urgentes a serem resolvidos eram moradia, tratamento médico, alimentação e tentar reunir o que restara de suas famílias.

A política inicial foi a de devolver todas as pessoas deslocadas para seus países de origem, mas logo ficou claro que, em certos casos, isto seria impossível: não tinham para onde voltar. Foi o caso de um milhão dessas pessoas: daqueles que colaboraram com os nazistas, dos que temiam os novos regimes comunistas do Leste europeu, assim como dos judeus da Europa Oriental.

No caso específico dos judeus, suas comunidades haviam sido destruídas; seus lares e propriedades, quando ainda estavam de pé, estavam ocupados por estranhos e não seriam devolvidos. Rapidamente entendeu-se que, no Leste da  Europa, ninguém os queria. Aqueles que tentaram voltar para seus lugares de origens, a maioria na tentativa de encontrar familiares e amigos, foram recebidos com hostilidade, violência e o mesmo antissemitismo virulento que reinava antes da guerra. Mas, mesmo se os judeus fossem bem-vindos, eles não queriam morar naquilo que se tornara o grande cemitério judaico, no meio de um povo que colaborara com a matança de seus irmãos.

A situação dos judeus deslocados não parecia ter solução a curto prazo. Nenhum país estava disposto a lhes conceder vistos e os ingleses mantinham fechadas as portas da Palestina Britânica. Ninguém queria os refugiados judeus.

Os países da Europa Ocidental, com suas economias arrasadas, só permitiram a entrada de “seus judeus”, alegando não terem condições de arcar com refugiados. De 1945 a 1952, mais de 250 mil deles viviam em acampamentos e centros urbanos, na qualidade de Pessoas Deslocadas (PD), na Alemanha, Áustria e Itália.

Na época parecia improvável a retomada de vida judaica naquele continente. A resposta para a situação, insolúvel ao que parecia, era uma só: a criação do Estado de Israel na então Palestina sob Mandato Britânico.

Campos de Pessoas Deslocadas

O Exército norte-americano, buscando solucionar os problemas mais urgentes em sua zona de ocupação2, organizou campos para pessoas deslocadas, provendo-lhes abrigo e alimentação. Sem opção melhor, os deslocados foram alojados nos próprios campos de concentração renovados ou acampamentos do exército alemão – o que, para os judeus, era uma estadia forçada em locais onde os nazistas os haviam torturado e matado tantos de seus familiares e amigos.

Os campos não estavam preparados, de forma alguma, para acolher os sobreviventes e a avalanche de pessoas que fugiam das áreas sob domínio da então União Soviética, procurando, a partir de 1945, refúgio na zona americana. Com o grande influxo dos judeus vindo da Polônia, Romênia e Hungria, os campos tornavam-se cada vez mais superpovoados e sujos.

Novamente os judeus se viram prisioneiros, atrás de arame farpado, sob a mira de guardas armados. Os militares americanos passaram a impedir sua saída dos campos a não ser que tivessem um destino definitivo. Haviam sido “libertados” e permaneciam presos. E o mundo pouco fazia.

No interior dos campos a situação era deplorável. Havia comida e remédios, mas nunca suficientes para atender totalmente as necessidades. Porém, apesar de tudo, a maior dificuldade encontrada pelos sobreviventes não era de ordem física, mas sim psicológica: lidar novamente com a vida que não trazia muitas perspectivas para si.

A situação só mudou por ordem direta do então presidente Truman, dos Estados Unidos. O presidente americano deu ordens para que fossem melhoradas as condições de vida nos campos e que, de maneira alguma, os judeus da Europa Oriental fossem devolvidos a seus países de origem. Pedira a Londres que fossem concedidos, de imediato, 100 mil vistos para a Palestina sob Mandato Britânico, no que não foi atendido.

Já no outono de 1945, elementos da Agência Judaica e das Brigadas Judaicas iniciaram seu trabalho junto aos sobreviventes, nos campos de deslocados, em sua volta à vida. Organizaram escolas, cursos, treinamentos, ensinavam hebraico e havia estudo de Torá. Foram celebrados casamentos e brit milás e a esperança aos poucos parecia retornar. Porém, o objetivo final da grande maioria permanecia sendo chegar a Eretz Israel.

Brichá

Mesmo antes do início da 2a Guerra, os sionistas haviam traçado planos de como retirar os judeus da Europa e tentar burlar o limite de 15 mil judeus por ano imposto pelos ingleses – tal como dispunha o Livro Branco, documento emitido pela Inglaterra para conquistar a simpatia dos árabes, onde reiteravam a disposição de criar um estado independente de maioria árabe, em Eretz Israel. Traçaram estratégias para superar o bloqueio naval britânico e garantir o desempenho da Aliá Bet, destinada a resgatar judeus da Europa e transportá-los de forma clandestina até a Terra de Israel.

A Agência Judaica despachara agentes à Europa para organizar a “rota clandestina”. Dentro de um ano um grande número deles estava trabalhando em toda a Europa e o Oriente Médio. Em 1943, os resgates cessaram; não havia mais saída para os judeus europeus.

No final de 1944, após a libertação de Lublin, na Polônia, por forças soviéticas, um grupo de jovens – a maioria deles com menos de 20 anos, mas com uma vasta experiência na resistência judaica –, organizou uma conferência para traçar planos de como vasculhar os cantos mais remotos da Polônia tentando encontrar sobreviventes.

A Brichá teve início como uma organização não muito coesa, ainda não conectada a nenhuma autoridade judaica na então Palestina. Era uma organização judaica “ilegal” de resgate de judeus. A primeira fase da Brichá teve início em 1944, quando um grupo de partisans judeus começou a traçar planos para uma fuga em massa dos judeus do leste europeu que haviam conseguido sobreviver à Shoá. Eles acreditavam não haver futuro para os judeus na Europa Oriental, onde perdurava o mesmo antissemitismo de antes da guerra. Estavam convencidos de que lá ocorreria outro Holocausto. Os primeiros agentes da Aliá Bet chegaram na Europa em setembro de 1945 dando início à operação de resgate.

O primeiro objetivo da Brichá era  recolher os judeus na Polônia e levá-los aos campos de Pessoas Deslocadas na zona americana. A princípio, a tarefa recaía sobre os integrantes da Brigada Judaica da Grã-Bretanha3 e os dos grupos de partisans judeus que haviam lutado no leste da Europa contra os nazistas, entre os quais se destacava Abba Kovner. Esse trabalho cabia, também, às organizações juvenis sionistas. Kovner era um poeta e partisan. Durante a guerra havia tentado iniciar um levante judaico em Vilna, na Lituânia, e liderara uma brigada.

No final de janeiro de 1945, a Polônia, em sua quase totalidade, já havia sido libertada pelo exército soviético. Após a rendição da Alemanha, as tropas soviéticas ocuparam a maior parte da Europa Oriental, incluindo a Polônia. Os judeus tinham que sair do leste da Europa antes que a Cortina de Ferro fechasse por décadas e lá ficassem presos sob o regime stalinista. Integrantes da Brichá iniciaram expedições na Polônia, Romênia e no Báltico visando traçar rotas por onde os judeus da Europa Oriental pudessem fugir para as zonas americanas, para os campos de Pessoas Deslocadas. Os judeus escaparam através das fronteiras da Polônia com a Checoslováquia e a Hungria.

Com o final da guerra, em 1945, os sionistas se puseram em ação para tentar tirar da Europa os sobreviventes. Apesar de todo o sofrimento e da tragédia da Shoá, as autoridades britânicas mantinham baíxíssimas as cotas para a imigração oficial de judeus à Terra de Israel. A imigração “ilegal”, como era chamada pelos ingleses, se tornaria necessária para a sobrevivência do Povo Judeu.

Logo, a Brichá passou a trabalhar em conjunto com a Aliá Bet. A organização passou também a transportar os judeus dos campos de Pessoas Deslocadas até os portos onde seriam embarcados clandestinamente para Israel, em embarcações organizadas pela Aliá Bet.

As viagens dos campos de Pessoas Deslocadas até os portos eram terríveis e testavam a coragem, determinação e, muitas vezes, a criatividade tanto dos organizadores como dos judeus em fuga. Atravessavam áreas onde enfrentavam todo tipo de problemas: lutas entre facções políticas, populações hostis, guardas e outros.

As viagens eram feitas de qualquer forma: de noite, de dia, através de florestas e montanhas. Às vezes, eram efetuadas a pé. Agentes do Mossad  como Ada Sereni, Shaul Avigur, Yehuda Arazi e muitos outros tornaram-se verdadeiros símbolos de coragem e audácia e suas ações entraram para a história do nosso povo.

Um verdadeiro êxodo da Europa Oriental iniciou-se em julho de 1946, após o pogrom de Kielce, na Polônia, em que 41 judeus foram brutalmente mortos. Até a maioria dos judeus comunistas perderam as esperanças e decidiram que era hora de deixar aquela parte do mundo. Em três meses, com a ajuda da Brichá, 75 mil judeus fugiram para a zona americana. Os campos de pessoas deslocadas se tornaram verdadeiros “postos de coleta” até que eles pudessem embarcar para Eretz Israel. De 1944 a 1946, aproximadamente 100 mil judeus fugiram da Polônia. Entre esses estavam sobreviventes dos campos de concentração bem como judeus repatriados da União Soviética.

Com a deterioração das relações entre os aliados ocidentais e a então União Soviética, as viagens se tornavam cada vez mais difíceis e perigosas. Até 1947, quando a Cortina de Ferro se fechara entre o mundo ocidental e o oriental, mais de 250 mil judeus tinham conseguido se refugiar na zona americana. Estima-se que pelo menos 150 mil judeus chegaram aos campos de pessoas deslocadas e, posteriormente, a maioria deles chegou a Israel, com a ajuda da Brichá. Toda essa operação foi financiada pelo American Joint Distribution Committee, AJDC.

Embarcando para Israel

O movimento de refugiados judeus da Europa Oriental em direção à Palestina sob Mandato Britânico era ilegal para os dois lados. Os judeus não tinham permissão de deixar os países que faziam parte da União Soviética ou seus aliados, nem tampouco tinham permissão dos ingleses para se instalar na Palestina  sob administração britânica.

A Brichá trabalhava driblando as leis nacionais. Esperavam contrabandear o maior número possível de Pessoas Deslocadas para a Palestina através da Itália e de outros portos europeus, de onde tentariam chegar a Eretz Israel, de navio.

Primeiro os refugiados tinham que ser “contrabandeados” para a Itália e outros países. A princípio, a Brichá usou principalmente o Desfiladeiro de Brenner em direção ao sul da Áustria, e o de Reschen na fronteira suíça. Essas zonas eram relativamente fáceis e pouco protegidas. Mas, em 1947, quando a Assembleia Geral das Nações Unidas se preparava para votar o Plano de Partilha para a Palestina, a Grã-Bretanha conseguiu pressionar a Itália, a França e os Estados Unidos a ajudarem a conter o fluxo dos refugiados judeus. Entre maio e setembro de 1947, cerca de oito mil Pessoas Deslocadas usaram uma perigosa rota chamada de Desfiladeiro Krimml, na Áustria, que mede 19 km de comprimento e 2.600 metros de altura, através dos Alpes.

A política do exército americano era “neutra” – nem ajudar nem impedir os refugiados. Mas, segundo a maioria dos relatos, os soldados americanos estavam mais envolvidos em ajudar do que em impedir. Já os austríacos não eram muito solidários ao sofrimento dos judeus, mas muitos deles os queriam fora da Áustria. Quando a Brichá conduziu o primeiro grupo através do Desfiladeiro Krimml, Oskar Helmer, ministro do Interior da Áustria, ordenou aos guardas para voltarem o olhar para o outro lado. Contudo, alguns dos guardas não foram facilmente dissuadidos e, quando os refugiados eram pegos, mandavam-nos de volta a seus acampamentos de PD ou os mantinham presos.

Por outro lado, os Carabinieri italianos que cuidavam das fronteiras eram facilmente subornados. Após conseguir o que pediam – isqueiros, sardinhas e outros – chegavam a se oferecer para carregar os pertences dos refugiados e até a levar crianças pequenas em seu colo através do caminho.

Os oficiais britânicos patrulhavam, por vezes, junto à fronteira italiana, o que levava os membros da Brichá a continuarem atentos. Os grupos desciam os Alpes às escuras, sem qualquer tipo de lanternas ou candeeiros.

Uma vez cruzada a fronteira para a Itália e outros países, novo grupo de guias da Brichá assumia. Eles ainda precisavam chegar aos portos da Itália e de outros países onde subiam em embarcações, grandes ou pequenas, pelas águas patrulhadas pelos ingleses. Os refugiados se dirigiam à Terra Prometida, rezando para que os ingleses não os interceptassem.

A caminho de Israel

De 1945-1948, a organização Brichá transportou mais de 100 mil judeus para os portos da Europa, de onde partiam com destino à Palestina sob Mandato Britânico, incluindo mais de 70 mil sobreviventes do Holocausto. As embarcações organizadas pela Aliá Bet, quase sempre eram precárias, geralmente velhos navios de carga superlotados de passageiros.

Após a longa viagem, mais de 90% dos navios eram interceptados pela marinha britânica. Suas autoridades detinham os refugiados e os enviavam a campos de detenção na ilha de Chipre. O ataque inglês a um desses navios, o Exodus 1947, atraiu publicidade no mundo todo, ajudando a fortalecer o apoio à luta das Pessoas Deslocadas para emigrar. Por volta de 1948, os ingleses mantinham mais de 50 mil refugiados judeus em campos de internamento, em Chipre. Apesar de todas as dificuldades e perigos – o bloqueio naval britânico, no litoral de Eretz Israel, e as dezenas de milhares de soldados britânicos que patrulhavam a região – o “tráfico ilegal” de refugiados judeus não foi interrompido.

Considerações Finais

Quando a Europa e os campos de concentração foram “libertados”, em 1945, o que os judeus não sabiam é que suas provações não estavam terminadas; esperavam-nos mais alguns anos de desilusões e sofrimentos. Para nossos irmãos, a redenção não viria no final da guerra pela mão do mundo livre, mas somente três anos mais tarde com a criação do Estado de Israel, em 1948.

As tropas britânicas começaram a deixar a Palestina em abril desse ano. A Brichá e as restrições à imigração de judeus terminaram com a declaração da independência de Israel, em maio de 1948.

Os judeus finalmente estavam livres para voltar para a terra de seus ancestrais.

Criada pela Haganá, a Aliá Bet foi o termo em hebraico dado à imigração clandestina de judeus à Terra de Israel, entre 1920-1948, época em que a Grã-Bretanha controlava a região.

2    Após a vitória dos aliados na 2ª Guerra Mundial, o território do Terceiro Reich foi dividido em quatro zonas de ocupação – zona britânica, francesa,  americana e soviética – para fins  administrativos.

Durante a 2a Guerra Mundial, cerca de 30 mil judeus na Palestina sob Mandato Britânico se voluntariaram no exército britânico. Como parte dessa campanha, criou-se, em setembro de 1944, uma “Brigada Judaica”, como uma unidade independente dentro do exército britânico.

BIBLIOGRAFIA

Brihah, artigo publicado no site https://encyclopedia.ushmm.org (United States Holocaust Memorial Museum)

You Can Retrace the Footsteps Jewish Refugees Took on a Hike Through the Alps, artigo de Rebecca  Frankel publicado na edição de janeiro/fevereiro de 2023 do Magazine Smithsonian (https://www.smithsonianmag.com/travel)

Displaced persons, artigo publicado no site https://encyclopedia.ushmm.org (United States Holocaust Memorial Museum)

Aliyah-Bet, artigo publicado no site https://encyclopedia.ushmm.org (United States Holocaust Memorial Museum)