“Ninguém sabe o quanto deseja um filho até ser confrontado com a impossibilidade de concebê-lo”.

Não conseguir conceber um filho é uma experiência entre as mais dolorosas na  vida de um casal. A infertilidade passa a ser o ponto central de sua vida e quando o casal toma a decisão de procurar ajuda na forma de um tratamento de fertilização, descobre que é difícil, caro e que nem sempre dá certo. 

O alto custo dos tratamentos e procedimentos faz com que muitos casais sejam privados da chance de ter filhos. Face a essa necessidade, há um ano e meio, um grupo de jovens recém-casadas da comunidade Beit Yaacov, de São Paulo, decidiu mobilizar-se. Adotaram um trabalho que já vinha sendo realizado há mais de 10 anos, nesta cidade, e injetaram-lhe nova vitalidade. Assim, foi criada a Associação Beshaá Tová – que, em hebraico, significa “em boa hora”, que conta com a supervisão rabínica do Rabino Isaac Dishi.

Em setembro de 2010, no evento realizado para arrecadar os recursos necessários para o projeto, uma das voluntárias relatou aos presentes a razão pela qual abraçaram essa causa. Seu objetivo é ajudar casais com problemas de infertilidade e sem as condições financeiras necessárias para custear o tratamento, de modo a realizar seu sonho de construir uma família. Relatou, também, que participavam do projeto conceituados profissionais que avaliam o problema de cada casal, que passa por uma série de exames antes de se fechar o diagnóstico. Atualmente há novos procedimentos dentro das normas da Halachá, a Lei Judaica, que podem ser tentados quando um casal tem problema de infertilidade.

Ao serem entrevistadas pela Morashá sobre o projeto em pauta, as jovens voluntárias explicaram: “O tratamento é um processo muito demorado, que pode estender-se por até seis meses devido à espera de resultados de exames, adaptação aos medicamentos, entre outros fatores. Por isso a ajuda que a Beshaá Tová dá aos casais não é apenas financeira, mas também emocional e psicológica. Cada caso é um caso e nós nos mobilizamos por cada casal como se fosse único, dentro do maior sigilo. Os custos desses tratamentos são sempre muito elevados. Há uma lista sem fim de exames para se descobrir a causa da infertilidade e ainda há consultas médicas, além dos medicamentos prescritos e do procedimento em si, que poderá ter que ser repetido algumas vezes, quando possível, até um resultado positivo. Infelizmente, a maioria dos planos de saúde não cobre este tipo de tratamento, considerado medicina eletiva.

Apesar da boa receptividade por parte da comunidade judaica e do sucesso de nossa campanha de arrecadação, os pedidos são sempre  muitos. Gostaríamos de poder atender a todos que nos procuram, por isso continuamos empenhadas em arrecadar mais recursos”.

Hoje, um ano e meio após terem assumido essa nobre missão, os esforços já renderam frutos. Nesse curto período, quinze casos foram bem sucedidos, já nasceram oito crianças e mais sete outras jovens mulheres estão grávidas. Além disso, sete novos casais iniciaram o tratamento.  

Entre os médicos engajados no projeto, contam-se os conceituados especialistas em reprodução, Dr. Carlos Eduardo Czereznia, Dr. Paulo Serafini e Dr. Eduardo Motta, bem como o Dr. Sandro Esteves, de Campinas, além de parcerias com farmácias e laboratórios.

Para mais informações mande email para: contato@beshaatova.com.br

N.R. É importante ressaltar que algumas das causas de infertilidade podem ser tratadas com sucesso por meio de procedimentos e técnicas simples, como inseminação artificial, terapia hormonal e pequenas cirurgias. Entretanto, as taxas de sucesso desses procedimentos ficam em torno de  20% por tentativa. Nos casos mais complexos, ou quando os tratamentos simples não são bem sucedidos, as alternativas mais indicadas são as técnicas de reprodução assistida, realizadas em laboratório. No entanto, mesmo essa técnica não garante o sucesso na 1ª tentativa. A percentagem de sucesso da reprodução assistida é de 56%, em média, sendo necessário, com frequência, mais do que uma tentativa.