Jovens mães formam grupo para ajudar recém-nascidos e crianças.

Dizem os nossos Sábios que um dos pilares sobre o qual o mundo se sustenta são os atos de bondade. A obrigação de beneficiar nossos semelhantes é parte integral dos mandamentos Divinos transmitidos para o povo judeu no deserto do Sinai. Esta filosofia está imbuída num projeto chamado "Gmach Ieladim", implantado por um grupo de sete jovens voluntárias que freqüentam a Sinagoga Beit Yaacov - Mary, Juliana, Sofia, Sabina, Tânia, Helena, Daniella e Karen, além da rabanit Sarit Shrem que as incentivou a esse trabalho.

Mas o que é o Gmach Ieladim e como funciona? O público alvo são crianças - recém-nascidas até dez anos de idade - que necessitam de roupas, acessórios ou brinquedos. As crianças, em geral, crescem rapidamente. Necessitam roupas de verão, de inverno, sapatos, cobertores, fraldas, brinquedos e uma infinidade de acessórios. E, ninguém melhor do que jovens mães, para saber o que uma criança precisa.

Foi assim que, com a boa vontade e a determinação de suas idealizadoras, nasceu e começou a funcionar o Gmach Ieladim. Através de doações, elas arrecadam uma infinidade de ítens e, após triar os objetos, os distribuem. Quando necessário, vão recolher as doações e fazer as entregas. Os ítens doados devem ser novos ou semi-novos. "Precisa estar em bom estado", dizem as voluntárias. "Ao receber as doações, avaliamos as condições do material, simplesmente nos perguntando: isto serviria aos nossos filhos?" Elas se colocam no lugar de quem vai receber a doação.

No início, as doações, guardadas na casa das próprias voluntárias, vieram das participantes dos cursos administrados pela rabanit Sarit Shrem, freqüentados pelas jovens, bem como de pessoas próximas. Vendo a receptividade do projeto, decidiram organizar-se melhor e abrir um cadastro de registro das famílias atendidas e suas necessidades. Com o aumento do volume de doações, perceberam que precisavam de um espaço onde organizar e guardar os artigos. A solução era encontrar uma sede, e após uma série de contatos com o Netzah, movimento juvenil ligado à Sinagoga Beit Yaacov, receberam duas salas para uso. "Ficaram muito felizes e, em diversas ocasiões, também têm-nos ajudado".

"O entusiasmo das voluntárias é contagiante", afirma a morá Sarit, ressaltando: "Estou feliz e orgulhosa por estar com elas nesse projeto. Faço apenas a supervisão e só interfiro quando me solicitam. O Gmach Ieladim é um exemplo verdadeiro de Guemilut Chassadim, termo em hebraico sempre utilizado no plural, pois os atos de bondade são recíprocos. Fazem bem a quem recebe, fazem bem a quem doa. As jovens doam algo muito importante. Doam o seu tempo".

Atualmente, cerca de 40 famílias são beneficiadas pelo projeto. Quanto perguntadas quanto aos próximos passos do Gmach Ieladim, as voluntárias explicam que querem atender mais crianças e, para isso, precisam de mais doações. Ressaltam que é muito importante que aqueles que necessitam de alguma ajuda não se sintam constrangidos e as procurem. O contato pode ser feito também pelos e-mails jmflaks@flaks.com.br e zbina@uol.com.br.