Considerado o maior ator de mímica de todos os tempos, “Mime”  Marceau deu nova vida a essa arte. Durante seis décadas, o mímico fascinou o público dos cinco continentes com seu rosto expressivo e sua arte terna e comovedora, que, sem palavras, expressavam as maravilhas e os terrores da vida.

Um crítico literário foi mais longe ao afirmar que “L’ art du silence”, que ele criara, “conseguia transmitir em menos de dois minutos o que grande parte dos romancistas não conseguiam fazer em calhamaços escritos”.

Marceau nasceu em Estrasburgo, França, em março de 1923. Era o mais novo dos dois filhos de Charles Mangel e Anne Werzberg, judeus asquenazitas – a mãe, originária da Alsácia e o pai, da Polônia – com ideais republicanos e uma inclinação artística. A família maior dos Mangel tinha vários músicos e bailarinos, e o pai de Marcel, um homem alto e bem apessoado, proprietário de um açougue casher, tinha uma bela voz de tenor.

Ele nasceu para ser artista. Desde criança eram patentes os seus dons e o entusiasmo pelo desenho e a ginástica corporal. Aos cinco anos de idade, sua mãe o levou para assistir um filme de Charlie Chaplin. O menino fica fascinado. Chaplin e Charles Dickens seriam as eternas paixões de sua vida. Os olhos e a boca com forte maquiagem e a silhueta em preto e branco do consagrado Mime Marceau eram uma fiel evocação da imagem de Chaplin eternizada pelo cinema mudo.

Já falando fluentemente o francês e o alemão, começa a estudar inglês para melhor entender as obras de Dickens e o trabalho de Chaplin.

Marcel gostava de falar de sua infância, como de tudo o mais, em termos floridos. Fora do palco, adorava conversar e não economizava palavras. “Nunca leve um mímico a falar”, disse, certa vez, a um jornalista. “Ele nunca mais vai parar”. Mime Marceau costumava recordar que “quando eu brincava com outras crianças, minha imaginação reinava. Eu era Napoleão, Robin Hood, os Três Mosqueteiros ...”. Ele tinha apenas sete anos quando começou a entreter seus amigos com sua veia cômica. “Descobri que podia fazer as pessoas rirem e chorarem sem dizer uma palavra... Às vezes, vagava pelas ruas da cidade com o chapéu-coco do meu pai, suas calças pretas e sapatos bem maiores do que o meu tamanho. Estava, de fato, imitando Chaplin”. À medida que a situação na Alemanha se tornava mais lúgubre, sua mímica concentra-se em debochar de Hitler.

Mime Marceau tinha 15 anos quando, em 1940, os nazistas invadiram a França. A família Mangel e todos os demais judeus de Estrasburgo tiveram apenas duas horas para juntar seus pertences antes de serem transportados, em trens superlotados, para o sudoeste do país. Marcel e seu irmão mais velho, Alain, fogem para Limoges. Durante algum tempo, ele continua a estudar, desenvolvendo suas aptidões pelas artes visuais. Alain alista-se na Resistência Francesa, La Résistance, e se torna o líder local. Marcel também passa a atuar. Usa sua habilidade no desenho para falsificar documentos. Adulterava a idade de jovens franceses, judeus ou não, fazendo-os parecer muito jovens para serem enviados aos campos de trabalho forçado ou, no caso de não-judeus, às fábricas alemãs que trabalhavam para o exército nazista.

O ano de 1944 foi crucial. Na época, os dois irmãos estavam em Paris. Para ocultar sua origem judia, os rapazes mudam o sobrenome Mangel para “Marceau”, nome de um famoso general da Revolução Francesa. Seu primo de primeiro grau, Georges Loinger, Comandante da Resistência, ajudara-os a se esconder. O primo sobrevivera à 2a Guerra e continuara ativo na vida comunitária judaica, ocupando entre outros o cargo de secretário geral do Memorial da Shoá, em Paris.

Em março seu pai é preso pela polícia de Vichy e deportado para Auschwitz, onde é assassinado. Somente a mãe conseguira escapar. Em uma entrevista, Loinger revelou que como comandante da Resistência, à época, ele já sabia da existência dos campos de morte e das deportações. Contou ter dito ao tio: “Saia agora. Você corre grande perigo”. Mas Charles Mangel simplesmente se recusou a acreditar no que ele dizia. Para Loinger, o fato marcou muito Marceau: “Ele era um artista que sentia a dor do mundo. Percebe-se a dor e a tristeza em seus quadros de mímica. A origem daquela dor foi a morte de seu pai no campo nazista”. Apesar de serem tempos violentos e desalentadores, seu lado artista ainda ansiava por um futuro no teatro. “Queria ser um ator que falasse”, costumava dizer, ainda que suas grandes inspirações na dramaturgia fossem atores do cinema mudo: Chaplin, Buster Keaton, Harry Langdon, Stan Laurel e Oliver Hardy (o Gordo e o Magro) e os Irmãos Marx.

Ainda em1944, a Resistência Judaica Francesa decidiu evacuar as crianças judias escondidas em um orfanato, na área oeste de Paris, e transportá-las de trem para a Suíça. Georges Loinger convocou Marcel e Alain para ajudá-lo a organizar a perigosa viagem de trem. À época, Marcel era monitor na Maison de Sèvres, um Lar de Crianças perto de Paris, entre cujos alunos viviam, sob nomes falsos, 30 crianças judias.

Trajados como Chefes Escoteiros que levavam escoteiros para uma escalada nos Alpes, seu irmão e ele salvaram a vida de centenas de crianças judias contrabandeando-as para a Suíça. “As crianças tinham que dar a impressão de que estavam indo de férias para uma casa próxima à fronteira suíça, e Marcel sabia deixá-los muito à vontade. Eles o adoravam e se sentiam seguros em sua companhia”, atestou Loinger.  A guerra deixou marcas profundas no jovem. Ele contava: “Às vezes, acordava suando, pensando estar diante de um pelotão de fuzilamento”. Não é de surpreender, pois, que seus trabalhos mais impactantes – notadamente O julgamento, A jaula e Bip relembra, que recontam a própria experiência de guerra de Marceau – sejam obras altamente politizadas.

Ele passou os últimos meses da Ocupação na Maison de Sèvre, entretendo as crianças. Nas noites de sexta-feira, apresentava uma nova peça e nos sábados imitava Chaplin. Uma de suas apresentações foi vista por um historiador de teatro, que, encantado com o talento do jovem, aconselhou-o a frequentar a respeitada escola de dramaturgia de Charles Dullin.

Em 25 de agosto de 1944, tropas francesas e americanas libertaram Paris da ocupação alemã. Pelo rádio, da Inglaterra, o General Charles De Gaulle conclama seus compatriotas a apoiarem os Aliados. Marceau, como tantos outros jovens, decide filiar-se ao Exército da França Livre.

Antes de se alistar, faz uma audição para se candidatar à Escola de Artes Dramáticas Charles Dullin, perante o renomado mestre da mímica, Etienne Decroux. Este, após assistir a performance de Marceau como “O assassino”, calcada em um soldado nazista, aceita-o imediatamente como aluno. Com Decroux, Marceau aprende que existia uma arte chamada mímica. Seu mestre desenvolvera uma nova forma de arte: a Mímica Corporal Dramática. Era uma técnica corporal única, a primeira no Ocidente, tão complexa quanto a dos teatros orientais e do ballet, que exigia um performer virtuoso como ele, capaz de um isolamento perfeito e de movimentos extremamente precisos.

Só que, mais uma vez, Marcel tem que adiar sua carreira. O exército francês o envia à Alemanha e, como dominava o inglês, torna-se o oficial de ligação com o exército do General americano George Patton. Após a rendição dos alemães, ele passa muito de seu tempo livre apresentando-se perante as tropas aliadas na Alemanha. Volta a Paris em 1946, e fica livre para seguir seu sonho de toda a vida.

Finalmente se matricula na Escola Charles Dullin, no Teatro Sarah Bernhardt. “Naquela época”, costumava dizer, “a mímica era uma parte ínfima dos estudos de uma escola de dramaturgia, e a maioria dos atores achava-a muito cansativa. Mas, para mim, era cativante”. Tinha plena consciência de que seu futuro estava na mímica: sua paixão pela ginástica e seu talento pela imitação muda o tinham levado a isso. “Você é um mímico inato”, declarara Decroux, e era verdade. Ele fez o teste com seu primeiro “mimodrama”, Praxíteles e o Peixe Dourado, naquele mesmo ano de 1946, apresentando-o com enorme aclamação do público, no Teatro Sarah Bernhardt.

Marceau não esquecera as crianças judias e visitava regularmente os orfanatos. Philip Kauffmann, que era membro da Resistência no movimento Éclaireur Israélite, dos Escoteiros Judeus, e após a Guerra fundou um Lar em Jouy-en-Josas, perto de Paris, onde viviam 120 órfãos judeus, relata: “Ele se apresentou inúmeras vezes para as crianças do Lar. Era o início de sua carreira e ele fazia questão de vir porque se tratava de órfãos judeus. Ele queria alegrá-los após a dor de terem perdido seus pais nas deportações”.

Nasce o Mime Marceau

Marcel logo se distancia das idéias de seu mentor, que, em seu íntimo, era mais um acadêmico do que um apresentador performático. Valendo-se das técnicas de Decroux como ponto de partida, ele desenvolve um estilo próprio que comprovou ser mais acessível às massas – mímica para as multidões. Sua invenção dos “mimodramas” assinalou o verdadeiro início da mímica moderna e o fim de seu relacionamento com Decroux. Acreditando que Marceau vilipendiara a “ciência” da mímica, o mestre jamais perdoou seu famoso pupilo.

A arte de Marceau encantava as plateias, especialmente a partir de 1947, quando ele criou “o poetinha sonhador”, Bip.Vestindo um blusão de marinheiro listrado e calças brancas, Bip era o típico pobre coitado, perdedor contumaz, que vivia tentando, mas tudo lhe saía errado. Seu criador escreveu, “Ele é o herói romântico e burlesco de nosso tempo, e é também o meu alter ego, empenhando-se como Don Quixote contra os moinhos de vento nos campos de batalha da vida”. Como os personagens de Chaplin e Dickens, Bip era uma figura pequena em um mundo enorme, a um só tempo maravilhoso e aterrorizante. Inferiorizado pela própria sociedade, Bip é levado à revolta. Ele reflete as ideias radicais de seu criador, bem como seu sublime otimismo, pois “o espírito de luta do homem não morre jamais”, explicava Marceau.

Apresentado primeiramente no diminuto Teatro de Bolso de Paris, um esfumaçado cabaré na Margem Esquerda do Sena, Bip rapidamente ganhou fama suficiente para que o Mime levasse seu show em uma turnê pela Suíça, Itália, Bélgica e Holanda. Com o passar dos anos, foi escrevendo dezenas e dezenas de mimodramas.

Em 1949, após receber o Prêmio Deburau (criado em homenagem ao mestre da mímica do século 19, Jean-Gaspard Deburau) por seu segundo mimodrama, Morte Antes do Alvorecer, Marceau formou a sua Compagnie de Mime Marcel Marceau – única companhia de pantomima no mundo, à época, e, dois anos mais tarde, abria sua própria Escola Internacional de Mímica, em Paris, onde lecionou durante vários anos.

Em 1955, ele decidiu que estava pronto a levar A arte do silêncio ao exterior, mais precisamente aos Estados Unidos, onde era praticamente desconhecido. Sua turnê começa pela Broadway, com um sucesso estrondoso – os críticos vão ao delírio e ele tem casa cheia em todas as apresentações, que duram surpreendentes três meses. Só depois inicia a turnê, propriamente dita, pelo país. No início da década de 1960, o nome de Marceau estava na boca de todos os americanos.

Apesar de Bip ser a criação que mais orgulho lhe dava, seu repertório era extenso, e continuava crescendo, ano após ano. Ele gostava especialmente de Casaco por Gogol, Pierrot de Montmartre, Don Juan, O Confeccionador de máscaras e Nascimento, Maturidade e Morte.Suas vinhetas casavam-se perfeitamente com programas cômicos como o aloprado Rowan e o Laugh-In, de Martin, e com programas infantis. Sua técnica e poder de comunicação sempre foram muito fortes diante do público. Ele realizou 40 turnês mundiais. Sua verdadeira genialidade sempre foi a sua rara habilidade de expressar, através da mímica, a essência das dificuldades humanas, e sua arte sempre refletiu as experiências perturbadoras de sua juventude. Ele afirmava: “À medida que caminhamos na vida, dilacerados entre a luz e a sombra, deparando-nos com injustiça, violência, miséria, ainda dispomos de uma arma contra a violência – a capacidade de fazer as pessoas rirem por entre suas lágrimas”.

A arte de Marceau tornou-se conhecida por milhões de pessoas através de suas muitas aparições em televisão. Seu primeiro trabalho de TV como astro performático no Show of Shows de Max Liebman o fez ganhar o cobiçado prêmio Emmy. Apareceu na BBC como o personagem Scrooge em A Christmas Carroll, em 1973, filmado em uma casa de espetáculos desativada na região leste de Londres, que refletia seu antigo amor tanto por Dickens quanto por Chaplin. Era um dos convidados favoritos de Johnny Carson, Merv Griffin, Mike Douglas e Dinah Shore, e teve também seu próprio programa de TV, intitulado Meet Marcel Marceau. Junto com Red Skelton apresentou três concertos de pantomima. Acredita-se que sua rotina de “caminhar contra o vento” seja a origem do famoso passo “moon-walk”, criado por Michael Jackson.

Seu trabalho para o cinema nunca se comparou com o que fez nos palcos – carecia da sutileza e inocência que melhor o definiam. Entre os melhores, destacaram-se First Class (1970), no qual fez 17 papéis diferentes, e o filme de Mel Brooks, Silent Movie (Cinema Mudo), no qual sua recusa em participar – “Non!” – é a única palavra verbalizada no filme.

O desenho e a pintura eram seus hobbies favoritos, e ele publicou vários livros, entre os quais o Livro do alfabeto de Marcel Marceau, para crianças, Livro de cálculo de Marcel Marceau, também para crianças. Entre outras publicações com suas poesias e ilustrações, contam-se A balada de Paris e do mundo, escrita em 1966, e A História de Bip, escrita e ilustrada por ele e publicada pela Harper and Row.  Em 1982, a coleção O Terceiro Olho, de dez litografias originais, foi publicada em Paris, acompanhada de um texto seu. Belfond de Paris publicou Pimporello, em 1987. Em 2001, mais outro livro infantil, desta vez de fotografias, intitulado Bip in a Book.

Reconhecimento mundial

No decorrer de sua carreira, o artista atuou pelo mundo inteiro, levando seu trabalho para a América do Sul, África, Austrália, China, Japão, Sudeste Asiático e Rússia. Sua última excursão pelo mundo cobriu os Estados Unidos, em 2004, retornando à Europa em 2005 e à Austrália em 2006.

O governo francês lhe conferiu sua honraria mais elevada, fazendo dele “Oficial da Legião de Honra”. Em 1978 foi também agraciado com a “Médaille Grand Vermeil de la Ville de Paris”. Em novembro de 1998, o presidente Chirac elevou Marceau à grande “Oficial Nacional da Ordem ao Mérito”. Foi, também, membro eleito da Academia de Belas Artes de Berlim, Academia de Belas Artes de Munique e Academia de Belas Artes do Institut de France. A cidade de Paris concedeu-lhe o direito de reabrir sua Escola Internacional de Mímica, que oferecia um curso de formação de três anos e fora fechada em 2000 por falta de verbas. Marceau recebeu também o título de Doutor Honoris Causa da Universidade do Estado de Ohio, do Linfield College, da Universidade de Princeton e da Universidade de Michigan.

Medalha Wallenberg

Em 30 de abril de 2001, Marcel Marceau se tornou a 11a primeira pessoa a receber a Medalha Wallenberg. Ao apresentá-lo, o mestre-de-cerimônias declarou: “Este ano, a pessoa escolhida para ser o Medalhista Wallenberg difere dos agraciados anteriormente, pelo fato de ser famoso no mundo inteiro”, afirmou, em sua apresentação, a Professora Emérita da Universidade de Michigan, Dra. Irene Butter. “Contudo, ele não é conhecido amplamente por seu trabalho humanitário, nem por seus atos de coragem – razão pela qual nós o homenageamos esta noite”.

Durante anos Marceau não falara sobre seu papel durante a Shoá.
“As pessoas que escaparam dos campos de concentração não conseguiam falar sobre os mesmos”, disse. “Não sabiam o que dizer”.

A Dra. Butter, ela própria uma sobrevivente do Holocausto, contou ao público: “Muitos, se não a maioria dos sobreviventes do Holocausto, não conseguiram falar sobre a tragédia durante quase meio século. Marcel Marceau é conhecido como o Mestre do Silêncio – talvez lhe tenha sido especialmente difícil quebrar o silêncio sobre esse trágico período de sua vida”. Apesar de sua reticência em público sobre os seus primeiros anos, Marceau passou mais de metade da vida tentando expressar esse trágico momento através de sua talentosa arte.“Orem para que este milênio seja menos cruel do que o século 20”, afirmou Marceau, encerrando sua fala com o dom de sua mímica. Vestido à paisana, ele voltou a seu mundo do silêncio, arrebatando o público consigo para o encerramento da noite com a visão do vôo de uma borboleta batendo as asas rumo à liberdade.

Seus últimos anos

Marceau apresentou-se, incansável, em todo o mundo, até idade avançada, sem jamais perder sua agilidade ou seu estilo encantador e sempre atual. Em um de seus quadros mais comoventes e filosofais, Juventude, maturidade, velhice e morte, ele consegue mostrar, sem palavras, o transcorrer de toda uma vida em apenas alguns minutos.

Marcel Marceau foi casado três vezes e teve duas filhas e dois filhos. Em seus últimos anos, ainda que fosse um herói nacional na França, que recebeu todas as honras como artista de renome internacional, viveu sozinho, doente e pobre. Ele morreu no dia 22 de setembro de 2007, aos 84 anos, tendo os serviços religiosos fúnebres sido conduzidos pelo ex-Rabino Chefe da França, René-Samuel Sirat.

Cerca de 500 mil euros foi o valor obtido em leilão, em maio de 2009, pelo espólio de Marcel Marceau. Entre os objetos estavam o chapéu com a flor vermelha – arrebatado por quase US$ 5 mil – e o traje de marinheiro, marcas registradas de seu personagem Bip.
A venda dos objetos foi determinada por um tribunal parisiense para saldar as dívidas deixadas pelo mímico. Participaram do leilão organizado por sua filha Camille  amigos e representantes da Biblioteca Nacional da França, que vinham pressionando o governo francês a comprar parte do espólio para a criar um museu dedicado ao Grand Mime.

Bibliografia
Bip relembra, entrevista realizada com Marcel Marceau por Wagner Guy, 27/09/1995
Artigo publicado no The Times: Marcel Marceau, em 24/09/2007
BRETT, KLINE Marcel Marceau, helped Jewish orphans during WWII