Médico inspirador que salvou das garras nazistas outros judeus como ele, antes de fugir da Alemanha, criou os jogos Paraolímpicos após a 2ª Guerra Mundial. Ele é o exemplo concreto de como um homem, apenas, pode transformar a vida de muitos.

De fato, Sir Ludwig Guttmann deixou um legado ainda maior que os Jogos Paraolímpicos – ele é reconhecido por muitos como tendo revolucionado o tratamento das lesões na espinha. Estava convicto que o esporte era parte inseparável da reabilitação dos pacientes. Sua história é sinônimo de esperança resgatada do desespero.

Londres foi a sede dos Jogos Paraolímpicos de Verão de 2012, de 29 de agosto a 9 de setembro últimos. O evento esteve nas páginas dos jornais, emissoras de televisão e rádio, além de redes sociais em todo o mundo. Com mais de 4.280 atletas de 166 países, disputando 21 modalidades esportivas, e um total aproximado de 500 competições, foi a maior edição da Paraolimpíada, iniciada oficialmente em 1960.

O início desta história, no entanto, ocorreu anos antes, e tem origem no trabalho desenvolvido por um médico judeu alemão, Ludwig Guttmann, na pequena cidade inglesa de Stoke Mandeville.

Responsável pelo setor de reabilitação de vítimas de lesões na medula espinhal do hospital onde trabalhava, nessa cidade, ele implantou um programa inovador que mudaria totalmente a maneira como a sociedade considerava as pessoas com limitações físicas e como elas próprias se viam.

Rotulados até então como indivíduos sem nenhuma perspectiva, esses deficientes, atualmente denominados pessoas com necessidades especiais, condenados à eterna imobilidade em leitos hospitalares, muitas vezes abandonados pela família, simplesmente à espera da morte, recuperaram a dignidade e a autoestima graças à dedicação e à visão de Guttmann, desenvolvendo novas potencialidades e redescobrindo o prazer de viver, através do esporte.

Entre as frias paredes do hospital, seus leitos e salas de recuperação, nasceu a ideia de disputas esportivas como terapia. Em 1948, sob a orientação de Guttmann e sua equipe, 16 atletas – homens e mulheres - abriram um novo capítulo na história mundial dos esportes em uma competição de arco e tiro.

Naquele mesmo dia, enquanto Londres assistia à abertura da Olimpíada tradicional pelo rei George V, Guttmann presidia uma competição de arco e arremesso de dardos, com seus atletas em cadeiras de rodas posicionados nos jardins do hospital de Stoke Mandeville.

“Guttmann tinha uma visão que, ainda hoje, é desacreditada por muitos: que o esporte pode unir pessoas com necessidades especiais de todo o mundo. Queremos honrar o seu legado”, disse o ex-nadador Chris Holmes. Ele é um dos mais bem-sucedidos para-atletas da história britânica e foi o responsável pelo planejamento da Paraolimpíada de 2012, no Comitê Organizador de Londres.

Segundo contou, este ano, ao jornal “The Guardian”, Claire Guy, atual chefe do programa de reabilitação no hospital onde Guttmann trabalhava, ele teria dito, durante a segunda edição dos jogos de Stoke Mandeville, que sua meta era que a Paraolimpíada tivesse importância equivalente à Olimpíada. “Em Londres-2012, acho que isso finalmente aconteceu. Era o que ele queria, esporte e reabilitação andando juntos. Este é o nosso legado”, afirmou.

Não há mais separação entre Paraolimpíadas e Olimpíadas, tendo, ambas, um único comitê organizador. Em 2012, pela primeira vez na história, planejaram-se ao mesmo tempo os transportes, tecnologia e abastecimento dos dois eventos, que contaram com os mesmos 55 patrocinadores. Cerca de 2,2 milhões – de um total de 2,5 milhões de ingressos – foram vendidos com antecedência.

Guttmann foi o grande homenageado na cerimônia especial, realizada em Stoke Mandeville, de acendimento da tocha paraolímpica e início do revezamento até o Estádio Olímpico de Londres, local da abertura dos jogos. Pena que ele não estivesse vivo para testemunhar o evento, pois faleceu em 1980. Não há dúvida de que Guttmann, médico judeu fugido do nazismo, é o exemplo de como apenas um homem pode mudar a vida de muitos. Pouco, no entanto, era conhecido a seu respeito. Até mesmo os que conviveram com ele não sabem exatamente de onde vinha sua determinação – talvez de sua própria experiência sob o jugo nazista, em que os judeus, assim como os feridos e amputados, eram considerados menos que seres humanos. Ou talvez sua crença de que cada indivíduo possui uma alma e um corpo e, embora este esteja ferido, a alma ainda pode voar.

Sob a ameaça nazista

Ludwig “Poppa” Guttmann nasceu em 3 de julho de 1899, em uma família judaica ortodoxa, na cidade de Tost, Alemanha. Quando tinha três anos, seus pais trocaram o pequeno povoado pela cidade de Konigshutte, parte de um distrito conhecido por sua tradição na mineração de carvão.

Foi em meio a esse contexto que ele teve seu primeiro contato com indivíduos paraplégicos. Em 1917, atuando como voluntário em um hospital que atendia vítimas de acidentes em minas, viu de perto as dificuldades e o sofrimento das pessoas com lesões na medula espinhal e a forma como eram tratadas. As palavras que ouviu de um médico, depois de deixar o paciente – “Não se incomode, ele estará morto em poucas semanas” – calaram profundamente em seu coração e em sua mente. De fato, o paciente morreu pouco tempo depois vítima de um quadro de septicemia generalizada, provocado por infecção urinária e outras doenças oportunistas. Várias vezes contou esse episódio, dizendo que jamais conseguira esquecer aquele paciente. Essa vivência mudaria a história.

Sua intenção inicial era dedicar-se à Pediatria, mas, como não encontrou trabalho nessa especialidade, aceitou, com relutância, um trabalho em Neurologia e Neurocirurgia. Especializou-se em pacientes com lesões na coluna – decisão essa que afetaria toda a sua vida e a de inúmeros outros à sua volta.

Em abril de 1918, inicia seus estudos de Medicina na Universidade de Breslau, de onde parte, na primavera de 1919, para estudar na Universidade de Freiburg. Em 1924, lá recebe seu doutorado em Medicina.

Na universidade fazia parte de uma fraternidade judaica. O objetivo principal do movimento universitário judaico, na época, era a conscientização em relação ao antissemitismo nas instituições acadêmicas de nível superior. As atividades e o treinamento esportivo foram ocupando um espaço cada vez maior na rotina da fraternidade, pois, seus membros acreditavam que fortalecendo o corpo aumentariam a autoestima e a autoconfiança.

Retornou a Breslau logo depois de se formar, pois precisava trabalhar para poder sobreviver. Em 1928 recebeu um convite do professor Orfrid Foester para ocupar um cargo no Departamento de Neurologia
da Universidade de Hamburgo, onde trabalhou como neurocirurgião em uma clínica psiquiátrica com 300 leitos. Um ano depois, tornou-se assistente de Foester e, em 1930, publicou um artigo que resultou em um convite para ensinar na Universidade de Breslau.

Com a ascensão de Hitler na Alemanha, os judeus começaram a enfrentar cada vez mais dificuldades. Guttmann era neurocirurgião sênior no Hospital de Breslau, mas, em 1933, é demitido quando os nazistas proibiram que os judeus trabalhassem em hospitais “arianos”. Começa a trabalhar no hospital da comunidade judaica local, onde, em 1937, é eleito diretor médico.

À medida que piorava a vida dos judeus alemães, crescia o número dos que pensavam em deixar a Alemanha nazista. Guttmann não fazia parte desse grupo, apesar das propostas recebidas do exterior, pois acreditava, como muitos outros, que o nazismo sucumbiria rapidamente. Tornou-se presidente da Comunidade Médica Judaica, expondo-se, várias vezes, a riscos enormes para ajudar seus correligionários.
Em 1938, na chamada “Noite dos Cristais”, enquanto a violência contra os judeus e suas propriedades tomava conta das principais cidades da Alemanha, ele internou mais de 60 pessoas no hospital que dirigia, no intuito de salvá-las. “Quando questionado pela Gestapo sobre estas internações repentinas, meu pai alegava que eram casos de urgência”, declarou recentemente sua filha, Eva Löffler, à emissora BBC. Dos que foram internados por Guttman, três acabaram sendo presos e enviados a campos de concentração, onde morreram. Os demais conseguiram escapar das garras nazistas. O episódio fez o médico perceber que a situação na Alemanha não mudaria tão rápido. Chegara, portanto, a hora de partir. Em 1939, Guttmann e sua família deixam a Alemanha. A oportunidade de escapar surgiu quando os nazistas lhe dão um visto com ordens para viajar a Portugal para tratar de um amigo do ditador português, António de Oliveira Salazar.

Recomeço na Inglaterra

Guttmann, a esposa Else e os dois filhos, Dennis e Eva,  chegam à Grã-Bretanha em 14 de março de 1939, a convite da Sociedade para Proteção da Ciência e do Ensino. Seis anos mais tarde, no final da Guerra, os Guttmann obtêm a cidadania inglesa.

Sob o patrocínio de Hugh Cairns, um dos mais importantes neurocirurgiões da época, começa a trabalhar como pesquisador em Oxford.

Os Estados Unidos e a Inglaterra viviam uma situação dramática diante do alto índice de 80% de mortalidade de pacientes paraplégicos em suas forças armadas, a maioria, vítimas da 1ª Guerra Mundial. Soldados eram engessados e confinados aos leitos hospitalares. Sua expectativa de vida era de apenas três meses. Morriam vítima de infecções, escaras e outras complicações da internação prolongada.

Apesar de recém-chegado à Inglaterra, Guttmann trazia consigo um currículo marcado por sucessos na área de neurologia, nos anos em que trabalhara na Alemanha, e pelas ideias inovadoras que defendia para os tratamentos de indivíduos com lesões na medula espinhal – paraplégicos e tetraplégicos, além de amputados. Em 1941, a pedido do Conselho para Pesquisa Médica da Inglaterra, apresentou um trabalho abordando a reabilitação desses pacientes. Como resultado do artigo, a instituição decide criar um centro especial para pacientes com problemas na medula espinhal.

Em 1943, ele foi convidado a montar o primeiro hospital especializado em tratamento de soldados com amputações e paralisias. O objetivo principal das autoridades era preparar um local adequado para receber soldados feridos no ataque do Dia D.

Em setembro daquele ano, o governo britânico indicou Guttmann para o cargo de diretor geral do primeiro Centro de Reabilitação para Pacientes com Lesões na Medula Espinhal, no Hospital de Stoke Mandeville. Ele aceitou a proposta com uma condição: queria carta branca para implantar suas ideias, então consideradas inconsistentes por alguns, impossíveis de executar, por outros, e revolucionárias, para a maioria.

Para a medicina da época, não havia nenhuma possibilidade de pessoas com necessidades especiais – na época chamados de paraplégicos – terem novamente uma vida normal. Para elas, as opções eram limitadas: sedação e permanência em leitos hospitalares até a morte. Para Guttmann, no entanto, havia uma terceira opção, pois acreditava que ainda tinham uma vida pela frente.

Desafiando os obstáculos

O Centro foi inaugurado em 1º de fevereiro de 1944 com 26 leitos, trazendo uma nova perspectiva para os pacientes. Guttmann, o médico judeu que se refugiara na Inglaterra para fugir do nazismo, rompendo barreiras e uma visão conformista da medicina, estava implantando uma abordagem inovadora no tratamento de tetraplégicos e paraplégicos, desde os estágios iniciais do ferimento até a readaptação a uma nova vida. Embora não se considerasse psicólogo nem pensasse em si mesmo desta maneira, toda a estrutura do seu programa de reabilitação refletia uma profunda compreensão da psique dos pacientes.

Além dos benefícios terapêuticos do esporte como complemento da fisioterapia tradicional – levando ao fortalecimento da musculatura, auxiliando a coordenação motora, velocidade e resistência – destacavam-se seus aspectos psicológicos e recreativos.

Para Guttmann, ao mesmo tempo em que o esporte inibe atitudes antissociais muito comuns entre pessoas com necessidades especiais – como a baixa autoestima e o complexo de inferioridade que, geralmente, levam ao isolamento e à autopiedade – serve para desenvolver autodisciplina, autoestima, espírito de competitividade e companheirismo, que são atitudes e sentimentos essenciais para a reintegração dos indivíduos à sociedade.

O médico não tinha a menor dúvida de que com fé e determinação seus pacientes poderiam sair da cama, trabalhar, casar, constituir família e recuperar a alegria e dignidade. O caminho para a recuperação, no entanto, era longo e árduo. Para começar, procurou reduzir as dores dos pacientes, fazê-los sentar depois de um longo período deitados e adotar programas de exercício para fortalecimento dos músculos. Pediu às equipes de enfermagem que conversassem com eles contando-lhes fatos de seu cotidiano e, assim, criar uma ligação com o mundo fora do hospital. E fez o que era considerado quase impossível: colocou-os em cadeiras de rodas para jogar e competir com profissionais do hospital, também em cadeiras de roda.

Suas ideias transformaram a rotina hospitalar em Stoke Mandeville. Desafiou o pessimismo da equipe e estimulou seus pacientes a lutar. Introduziu o conceito de fisioterapia como tratamento médico e o esporte como antídoto para a depressão. Contratou um treinador físico militar e, literalmente, “jogou a bola” para os pacientes, fazendo-os treinar. Ele os fez levantar pesos, mexer-se e se esforçar.

Em 1944, durante uma inspeção do hospital, viu alguns pacientes que, correndo de cadeira de rodas e com bengalas, faziam deslizar um disco sobre o assoalho. O médico entrou no jogo, e, assim, nasceu uma nova modalidade: polo em cadeira de rodas. Guttmann tinha um objetivo claramente definido e que norteava sua atuação desde o princípio: reabilitar os pacientes para reintegrá-los na sociedade como indivíduos dignos e produtivos, apesar de suas grandes limitações.

Divertido, carismático, determinado, apaixonado pelo que fazia, assim era o médico. Conhecido como “Poppa”, era incansável, onipresente, criativo e desafiador. Dentro de sua área, Guttmann foi um revolucionário e utilizou todos os meios para atingir seu objetivo primordial: preparar o paciente para voltar à vida produtiva. Suas armas eram as várias modalidades esportivas – desde o basquete em cadeira de rodas até as corridas com próteses. Os resultados começavam a aparecer. Superando suas dores, primeiro com relutância e, depois, com ânimo e determinação, seus pacientes acreditaram nos médicos e em si mesmos. Em um de seus casos, um veterano da 1ª Guerra Mundial, que viera para testar uma nova cadeira de rodas, em seis meses conseguiu andar com uma bengala.

Em pouco tempo, o que começou como um treinamento obrigatório para os pacientes acabou transformando-se em uma atividade recreativa e, posteriormente, em competições institucionalizadas nas quais homens, mulheres e crianças podiam participar, mesmo após a alta. Cada vez mais, pacientes de outras unidades de todo o país participavam dos jogos. Esta movimentação esportiva ampliou-se e tornou-se conhecida como Jogos de Stoke Mandeville.

Os primeiros “jogos oficiais” da cidade foram realizados em 28 de julho de 1948 e contaram com a participação de 14 homens e duas mulheres, todos ex-integrantes das forças armadas, competindo em duas modalidades. A partir de então, os jogos passaram a ser disputados anualmente. Para o médico, era apenas o primeiro passo de um sonho maior. Ele queria a participação de equipes estrangeiras e, em 1952, um time de veteranos paraplégicos da Holanda participou da primeira disputa internacional para atletas deficientes físicos.

O termo Jogos Paraolímpicos foi adotado pelo Comitê Olímpico Internacional apenas em 1984. Anteriormente, no entanto, já fora definido que o país que sediasse a Olimpíada seria, também, a sede da outra competição.

Um sonho realizado

Em 1960, Roma sediou pela primeira vez as duas disputas esportivas internacionais, uma após a outra. Cerca de 350 atletas de 24 países participaram da Paraolimpíada. Tóquio sediou os jogos de 1964 e o México, que seria o anfitrião em 1968, desistiu alegando dificuldades técnicas. Israel ofereceu-se para ser sede da competição. O objetivo do governo israelense era aproveitar a oportunidade para comemorar os 20 anos de independência do país. Assim, no dia 4 de novembro, a cerimônia de abertura foi realizada no ginásio da Universidade Hebraica de Jerusalém, na presença de 10 mil pessoas, e, as competições, em Ramat Gan, no entorno de Tel Aviv. Setecentos e cinquentas atletas vieram de 29 países para o evento. O sonho de Guttmann se realizara.

Os Jogos Paraolímpicos tornaram-se um fenômeno mundial, visto e acompanhado por milhões de pessoas. O mais importante para ele, no entanto, foi a transformação na forma como eram vistos paraplégicos e indivíduos com diferentes lesões. Pode-se dizer que ele ajudou a lançar um novo olhar sobre esta parcela da população mundial, levando a uma maior compreensão de seu potencial e de sua capacidade de reintegração enquanto indivíduos criativos e produtivos.

Guttmann coordenou o Centro Nacional para Lesões na Medula Espinhal durante 22 anos. Ao se aposentar, a instituição, que começara com 27 leitos, já contava com 200. Quando se analisa a trajetória do médico e a sua contribuição para a área de reabilitação algumas perguntas são inevitáveis. Por exemplo: Será que a Inglaterra criaria um centro como o de Stoke Mandeville se o nazismo não chegasse ao poder e Guttmann não fosse obrigado a deixar a Alemanha? Será que ele faria do tema a grande obra de sua vida em sua terra natal? Será que o preconceito em relação a tais pacientes teria desaparecido sem o refugiado Guttmann? Ele mesmo pensou sobre estas questões e, citando Winston Churchill, respondeu certa vez: “A partir do momento que os nazistas expulsaram os cientistas judeus, a ciência britânica sobrepôs-se à alemã”.

Internacionalmente reconhecido como pioneiro no campo da reabilitação, Guttmann deixou sua marca em várias instituições em que seu programa foi adotado, transferindo sua experiência para mais de 40 unidades terapêuticas no mundo. Em Barcelona, um hospital especializado em neuro-reabilitação, o Institut Guttmann, ostenta seu nome. Em 1966, a Universidade de Heidelberg, na Alemanha, criou o primeiro Centro para Paraplégicos em uma instituição de nível superior do país, nomeando-o em sua homenagem. No mesmo ano, Guttmann foi sagrado cavalheiro,
na Grã-Bretanha. Em junho de 2012, nos jardins do Centro de Reabilitação de Stoke Mandeville, as autoridades locais erigiram uma estátua de bronze em sua homenagem. A filha de Guttmann, Eva Löffler, foi nomeada “prefeita” da Aldeia de Atletas dos Jogos Paraolímpicos de 2012, de Londres.

A trajetória de Guttmann, que morreu em 1980 por problemas cardíacos, foi retratada na produção da BBC, “The Best of Men”, em agosto deste ano. É uma história de resgate da esperança em meio ao desespero da falta de perspectiva. Certa vez, um de seus colegas o acusou de se recusar a admitir que os pacientes eram inválidos, que jamais teriam uma vida normal. E lhe perguntou: “Quem eles pensam que são?”. Ao que Guttmann, olhando diretamente em seus olhos, teria respondido: “Os melhores dentre os homens”.