O Bar mitzvá não é apenas uma festa; aos treze anos o menino tem a obrigação de cumprir as mitzvot.

Pergunte ao rabino

P - O que representa a celebração do Bar mitzvá?
R - O Bar mitzvá é celebrado aos treze anos, pelos meninos, e o Bat mitzvá aos doze, pelas meninas. Isto porque o judaísmo acredita que estas últimas se desenvolvem mais rapidamente, sendo mais precoces. O Bar mitzvá não é apenas uma festa; aos treze anos o menino tem a obrigação de cumprir as mitzvot. A partir desse dia, ele é considerado um judeu maior pela Lei Judaica, como qualquer adulto. Então, sua primeira obrigação é colocar os Tefilin, se o Bar mitzvá cair em um dia da semana. Há o costume de dar ao jovem uma Aliá la-Torá para que ele possa recitar as bênçãos da Torá. Esta é uma forma de mostrar que, a partir de então, ele faz parte do Minian, é um adulto. Apesar da festa ser importante, o principal é a entrada do jovem em sua maioridade religiosa, colocando os Tefilin, subindo na Torá e iniciando o cumprimento das mitzvot, em geral.

P - Qual é a razão do Pidion HaBen?
R - O Pidion HaBen é feito no trigésimo primeiro dia após o nascimento da criança. O Pidion é o resgaste do primogênito, sendo efetuado somente sob algumas condições: quando o filho for o primeiro, sem aborto anterior, do sexo masculino, nascido de parto normal e seu pai e sua mãe não forem filhos de Cohen ou Levi. Os primogênitos eram predestinados a trabalhar no Templo. Quando D’us os salvou no Egito, matando os primogênitos egípcios, os primogênitos judeus passaram a "pertencer" a D’us. No deserto, ao participar do pecado do bezerro de ouro, os primogênitos foram substituídos pelos Cohanim, sacerdotes, mas continuaram "pertecendo" a D’us. Assim sendo, o pai da criança primogênita precisa redimi-la do representante de D’us, que é um Cohen. Ele oferece cinco moedas de prata ao Cohen e recebe seu filho de volta. Isto é o Pidion HaBen, ou seja, o resgate do filho mais velho.

P - Qual é o significado da cadeira do Profeta Eliahu?
R - Na hora do Berit Milá, a criança é carregada pelo Kvater e depois colocada em uma cadeira especial chamada Kissê Shel Eliahu Hanavi, isto é, a cadeira do Profeta Elias. De acordo com nossa tradição, o Profeta Elias está presente em cada Berit Milá. Conta-se que, certa vez, ele duvidou da fidelidade do Povo de Israel e D’us então lhe disse que ele testemunharia o pacto e veria que cada família judia não esquece sua aliança com D’us. O Profeta Elias é também um anjo protetor que anuncia boas novas e está sempre presente nesse momento.

P - Qual é a origem da circuncisão?
R - A circuncisão é absolutamente obrigatória e data desde a época de Avraam Avinu, sendo chamada de Pacto de Abraão. Cada menino judeu é obrigado a realizá-la porque D’us faz questão que todo judeu tenha um sinal em seu corpo, em sua pele. Fisicamente, o homem terá algo a carregar consigo, fazendo-o lembrar constantemente de seu judaísmo. O simbolismo que há por trás disso nos ensina que o homem não é perfeito e que precisa se aperfeiçoar, sendo necessário retirar o prepúcio para melhorar. A circuncisão é feita no oitavo dia. Dizem nossos sábios que o fato de ser no oitavo dia pode ser explicada através de uma comparação com uma pessoa que procura um Rei. O Rei o aconselha a procurar primeiro a Rainha. Da mesma forma, cada menino, antes de se ligar ao Rei de todos os Reis, tem de passar primeiro pela Rainha, que é o Shabat. E para passar um Shabat antes da realização do Berit Milá, tem-se que fazê-lo no oitavo dia.