‘Jamais esquecer!’ Esta frase resume a ‘Marcha da Vida’, e os 20.000 participantes sentiram, em 5 de maio último, o peso destas palavras. Perceberam que nada se compara a uma visita aos campos de concentração. Ver com os próprios olhos é devastador, a mente não consegue assimilar tamanha barbárie. Como pôde um homem infligir tamanha atrocidade a outro, e o mundo se calar?

O conhecido fotógrafo judeu Roman Vishniac percorreu a Europa Oriental, do Mar Báltico até os Cárpatos, durante os anos 1934-1939, documentando e fotografando as comunidades judaicas e sua vida. Estas fotografias constituem o último testemunho ocular de como viviam os judeus e de suas tradições. Vishniac, inintencionalmente e sem ter a consciência do terrível destino que o futuro reservava aos judeus, gravou uma imagem da vida judaica na Europa Oriental minutos antes de seu fim trágico, deixando às futuras gerações a memória visual de uma cultura de 800 anos.

E assim escreve ele:

"De repente, todos aqueles lugares onde havia judeus durante centenas de anos, até mesmo mais de mil anos, pareciam nunca ter existido. Pensei, então, quem sabe, daqui a muitos anos, muito tempo após a carnificina, talvez os judeus queiram ouvir contar sobre os lugares que desapareceram, sobre a vida que existiu e não existe mais."

Em maio de 2005, o grupo "Amigos de Israel" do Brasil partiu para uma viagem de afirmação de que a memória judaica não esqueceu e não esquecerá seu passado e suas raízes.

Chegamos num dia de sol primaveril à cidade de Varsóvia, o maior centro do judaísmo europeu antes da II Guerra Mundial. Hoje, ao buscarmos a história desta rica cultura, vamos encontrá-la no cemitério judeu - "um arquivo de pedras" - onde as lápides do grande escritor Y.L. Peretz, da atriz Ester Rachel Kamintzka (a "mãe do teatro yidish") e do criador da língua "esperanto", Ludwig Zamenhof, nos fazem recordar os tesouros da tradição judaica que existiu nessa cidade.

Contrastando com essa riqueza, encontramos fragmentos da história do gueto de Varsóvia nas fossas comuns onde foram enterrados os judeus que lá morreram de fome, doenças e epidemias. Assim descreve o professor Haim A. Kaplan, em seu diário, escrito no gueto:

7 de março de 1942

Uma longa fila de carretas em todo o comprimento da rua... Em cada uma delas, vários cadáveres... Há três classes de cadáveres. À primeira, pertencem os corpos que são levados à sala de purificação do cemitério. Dois ou três corpos, na mesma estante. A segunda categoria são os cadáveres lavados e purificados nas suas próprias casas... Os mortos dessas duas categorias são sepultados em túmulos individuais. Eles são os que recebem sepultura medianamente decente, o que hoje é um privilégio notável.

O terceiro grupo são todos aqueles que morreram por epidemia ou inanição e são a maioria! Esses corpos terminam em fossas comuns, nus, nem mesmo lavados. Dezenas e dezenas, cada dia, enterrados ao nascer do sol, com uma tênue camada de terra que mal lhes cobre os membros. Viveram obscuramente, morreram obscuramente, obscuramente foram enterrados. É esse o Homem? É assim que deve desaparecer? Chegará o dia em que o povo judeu erguerá um monumento a esses irmãos guardados para a eternidade nas fossas comuns. Os túmulos daqueles que viveram e morreram bem, talvez sejam esquecidos. As fossas comuns serão para sempre patrimônio de todo o povo judeu. Nelas descansam os nossos Soldados Desconhecidos, que todos nós devemos lembrar e honrar".

Em julho de 1942, os judeus do Gueto de Varsóvia começam a ser mandados para o campo de extermínio de Treblinka. Os nazistas fecham, dentro do gueto, uma espaço que passaria a ser conhecido como "Umshlangplatz" - a praça da deportação. Deste lugar são enviados, durante aproximadamente 2 meses, 300.000 judeus para a morte, nas câmaras de gás de Treblinka.

Halina Birenbaum, então uma menina de 12 anos, descreve a cena, contando a história de sua família:

.... Fizeram-nos entrar no Umshlang, o mesmo maldito Umshlang, ensopado de sangue e de lágrimas, carregado de apitos das locomotivas e trens que levavam daqui milhares de judeus para a estação final de sua vida. O terreno enorme, nas proximidades da escola que havia aqui antes da guerra, estava coalhado por uma multidão desesperada e nervosa... Um muro muito alto e a muralha viva constituída por uns policiais alemães, poucos, mas armados até os dentes, separavam-nos do gueto e de seus esconderijos ...

Nós olhávamos tensamente, procurando uma saída. Minha mãe andava de um lado para o outro, sem parar, tentando nos separar da multidão e nos fazer escapar de alguma maneira para dentro da escola... Ela queria se esconder ali, impedir que nos empurassem para dentro dos vagões...

Pensávamos que teríamos de esperar toda a noite na Umshlangplatz, até que chegasse o trem da manhã. Isto nos daria algumas possibilidades de fuga, de retornar ao gueto, ao sótão…

Num dado momento vimos que os nazistas haviam colocado no centro da praça, diante de nós, uma metralhadora apontada para a multidão ali concentrada em grande aperto; ouviu-se um sussurro de pânico. Porém, embora todos soubessem o que estava para acontecer, ninguém ousou gritar ou romper em pranto. Novamente fez-se um silêncio mortal, eletrificado. Nós nos abraçamos: minha mãe, meu pai, Hilek (o irmão mais velho) e eu; olhamos um para o outro, como se estivéssemos nos contemplando pela última vez … para levar conosco a imagem dos rostos queridos, antes de partirmos para a escuridão total...

... De repente, ouviu-se o apito da locomotiva.

Os vagões chegaram. A metralhadora já não era mais necessária... trouxeram para nós um trem com destino a Treblinka!...

Minha mãe me agarrou pela mão e começou a recuar em sentido contrário..., aguentando com indiferença as cacetadas. A única coisa que importava era afastar-se dos vagões... Minha mãe estava convencida de que era preciso lutar até o fim, não deixar que nos empurrassem para os vagões! "A gente ainda acaba chegando lá", disse resolutamente, "sempre há tempo para chegar lá…".

Teimosamente, foi abrindo caminho no meio da multidão, puxando-nos com força em direção à escola. Segurava com as mãos a mim e a Hilek; meu pai... foi atrás de nós até que, subitamente, uma onda de cacetadas abateu-se sobre suas costas encurvadas. ... Meu pai tentou se defender, suplicar.

Cobriu-se com as mãos, tentou se livrar, mas não tinha como se defender contra o ataque cruel; abaixou-se ainda mais, encurvou-se e finalmente foi andando obedientemente em direção ao trem…

Pela última vez vi meu pai, caminhando encurvado, indefeso, sob as cacetadas dos policiais, na direção do trem … tinha então quarenta e sete anos.

Halina, sua mãe e seu irmão conseguiram voltar para o gueto, lá ficando até o levante - voltaremos a seu testemunho no dia seguinte da Marcha, em Maidanek.

Hoje, no lugar onde foram erguidas as grades que separavam a Umshlangplatz, isolando os judeus e levando-os para a morte, foi erguido um monumento, em cujas paredes está gravado o versículo do livro de Jó (16:18): "Ó terra, não cubras o meu sangue, e não haja lugar em que se oculte o meu clamor!"

Com este pedido de lembrança em nome das vítimas que foram levadas para a morte anônima, começamos a caminhada pela "Trilha do heroísmo", chegando ao conhecido endereço "Mila 18" - o local onde Mordechai Anielevitch passou, escondido no bunker, junto com seus companheiros, as últimas horas de sua vida, depois de terem resistido no gueto durante 19 dias. Com a idade de 24 anos, ele decide suicidar-se, ali mesmo, para não se render aos nazistas. Alguns dias antes ele escrevera uma carta a seu amigo Antek Zukerman, deixando sua mensagem imortal:

"... O sonho de minha vida já se concretizou. A autodefesa judaica no gueto tornou-se um fato. A resistência armada constituiu-se. Sou testemunha da luta heróica dos insurretos judeus".

Sempre caminhando, chegamos ao monumento de autoria do escultor judeu Nathan Rapaport. Nascido em Varsóvia, Rapaport conseguiu fugir para a Sibéria durante a guerra, e lá, já em 1943, começa a desenhar o primeiro modelo dessa obra. O monumento foi inaugurado em Varsóvia no dia 19 de abril de 1948, comemorando 5 anos do Levante do Gueto. Esta trilha simbólica nos conduziu desde o lugar das deportações até o monumento do heroísmo, passando por diversos marcos que recordam líderes do gueto:

Itzchak Katzenelson - professor, escritor e poeta, que se juntou aos membros dos movimentos juvenis, dedicando-se à educação dos jovens no gueto, pensando no futuro moral e na realização sionista do povo judeu, após a guerra.

Janos Korczak (Henrik Goldsmith) - escritor, médico e diretor de um orfanato judeu, que dedicou sua vida à defesa dos direitos humanos das crianças e optou por ligar seu destino, até o fim, ao das crianças. Negando-se a ser salvo sozinho, preferiu ser deportado a Treblinka, no dia 5 de agosto de 1942.

Rabino Itzchak Nisenbaum - que, dirigindo-se à sua comunidade, no gueto, disse: "Viver, para um judeu, é mais que uma vontade, é um dever; viver é uma mitzvá. Quando agrediam nossa alma, subíamos alegremente às fogueiras, para a Santificação do Nome de D'us (Kidush HaShem). Agora, porém, que os visados são os nossos corpos, começa a época da Santificação da Vida - Kidush Hachaim".

Todos esses heróis deixaram ao povo judeu a herança de uma resistência orgulhosa, transmitindo uma mensagem de afirmação da vida, de luta pela sobrevivência física e pela preservação da dignidade humana.

O próximo dia de viagem levou-nos ao campo de extermínio Maidanek - o primeiro campo liberado pelo Exército Vermelho, em julho de 1944.

Esta visita é uma experiência extremamente dolorosa. Os nazistas, que não esperavam a chegada dos soldados soviéticos, não tiveram tempo de destruir o campo, e ainda hoje, ao lá chegar, encontram-se as câmaras de gás e o crematório. Nesse campo foi construído, em 1969, um monumento dividido em duas partes. A primeira situa-se na entrada: uma escultura abstrata e gigantesca que transmite ao homem parado à sua sombra uma sensação de nulidade, simbolizando o processo de degradação humana pelo qual passavam as pessoas ao entrarem no campo e se tornarem prisoneiros, perdendo a própria identidade e passando a ser apenas um número.

A segunda parte do monumento se situa no final do campo, ao lado do crematório: um mausoléu abobadado, que guarda 3 toneladas de cinzas humanas misturadas com terra e sobre o qual se gravou uma mensagem à humanidade: "Seja nosso destino uma advertência às gerações vindouras".

Entre as duas partes dos monumentos encontra-se o campo: as câmaras de gás, as barracas - e o silêncio que esconde as atrocidades cometidas nesse lugar.

É aqui que voltamos a nos encontrar com a história de Halina Birenbaum, que interrompe o silêncio com suas palavras, relatando seu destino neste impensável Maidanek:

Soprava uma ventania fria e cruel.

Nós estávamos no meio de uma enorme praça, coalhada de mulheres e crianças, tremendo de frio e cansaço...

Era quase meio-dia. Os nazistas iam separando da multidão grupos de pessoas, levando-as para uns barracões não muito distantes. O que havia naqueles barracões? Ninguém voltara de lá e não podíamos saber.

Minha mãe havia me embrulhado com seu casaco e me segurava junto a ela, carinhosamente. O vento nos jogava areia nos olhos, era tão forte que por custo nos aguentávamos, depois de tantas horas de pé ali na praça, de tantas noites sem dormir, depois do pesadelo que fora a viagem no vagão. Eu pensava: seja lá o que for, que essa tortura termine ...

Minha mãe alisava minha cabeça, consolando, acalmando. "Mais um pouquinho de paciência", me disse, "daqui a pouco vão nos levar aos chuveiros, vamos tomar banho e trocar de roupa, depois iremos para o campo, para aqueles barracões que vemos daqui, do outro lado da cerca de arame farpado. Lá vamos descansar, e depois com certeza vão-nos mandar para algum trabalho"...

Se eu pudesse saber que aquelas horas ali na praça eram as últimas que eu passava com minha mãe! Que eram as últimas horas de sua vida!

Finalmente, chegou a nossa vez... Lembrando-me do conselho de Hilek (o irmão mais velho), de não me apoiar na minha mãe, peguei o braço da prima.... Minha mãe foi atrás de nós ... e eu nem me virei para ver o que estava acontecendo com ela ...Até hoje eu não sei quando e como dei por mim, lá dentro do enorme barracão, onde havia pilhas enormes de roupas e sapatos, do chão até o teto. Os alemães mandaram que nos despíssemos completamente, jogando na pilha todas as roupas, menos os sapatos.

... Empurrada por centenas de mulheres nuas, eu cheguei num dado momento aos chuveiros. "Os chuveiros!", pensei alegremente. Se já estamos nos chuveiros, daqui a pouco iremos para o barracão aquecido. Minha mãe tinha razão: não vão nos matar, vamos viver e trabalhar, que bom!

Tive vontade de me agarrar ao pescoço de minha mãe, de tanta alegria, e lhe mostrar meu amor e a confiança que tinha em tudo que dizia. Procurei-a com os olhos entre a multidão que enchia o local dos chuveiros. Mas ela não estava em lugar nenhum. Comecei a procurá-la nervosamente... Mas minha mãe não estava ali. Onde está a minha mãe? Senti um zumbido na cabeça, um sufoco na garganta, não podia fazer a pergunta em palavras. "Onde está a minha mãe?", consegui finalmente cochichar à minha cunhada.

Hela olhou para mim, vi suas faces deprimidas, depois ela baixou a cabeça e, embora tenha dito num sussurro, eu ouvi claramente: "Sua mãe não está …". As horas que passamos em Maidanek despertam em nós vários questionamentos: será possível aprender uma lição da história? Eis uma questão filosófica discutida por históriadores e pensadores. Se quisermos responder a esta pergunta, é necessário em primeiro lugar analisar o significado de "uma lição". Se essa "lição" tem a conotação de uma conclusão operativa, e é sabido que nenhuma situação histórica se repete, chegaremos à conclusão, então, de que não é possível aprender uma lição. Há quem diga, ainda, que é possível aprender uma lição da história, do passado, mas o homem se recusa a fazê-lo, e é por isso que não há nenhum significado em aprender uma lição. E há um terceiro ponto de vista, o de que podemos nos comportar com mais sabedoria, responsabilidade e consciência se conseguirmos compreender o ciclo inerente à alma humana e à sociedade - mesmo sendo esta compreensão parcial, ela pode ser aprofundada através da aprendizagem da lição histórica.

Será, então, possível falar de "uma lição humana" ao nos referirmos à Shoá e ao que acabamos de ver e de sentir em Maidanek? Será que a Shoá foi um evento único na história da humanidade? Será que existe uma relação entre as atrocidades cometidas nesse campo e as nossas realidades cotidianas?

Talvez a lição mais importante seja o simples fato da Shoá ter acontecido, ter podido acontecer. Maidanek existiu, é um lugar concreto, tocamos nas paredes da câmara de gás, vimos as manchas azuis que ficaram, efeito do gás Ziklon B. Estas mesmas paredes são testemunhas mudas do momento em que Halina Birenbaum perdeu sua mãe, do instante em que as duas se separaram para sempre, deixando a menina que sobreviveu, chegou a Israel, cresceu e se tornou mãe. Mas que continuou a esperar a volta impossível de sua própria mãe:

"Ela esperou por mim no caminho sabia que eu viria até ela sentindo-a com todos os meus sentidos minha mãe, tão jovem e tão bela.

Ela esperou por mim no caminho de Maidanek em frente ao barracão "desinfecção e crematório". Eu cheguei de longe, depois de quarenta anos, e ela estava lá - como naquela vez apesar de estar morta...... Aqui cheguei de outra terra mulher adulta e, ao mesmo tempo, a mesma menina de então que ela tanto amava e por quem tanto se preocupava!....

Maidanek, reino da morte adormecido aqui chegamos juntas - e agora aqui estou sozinha abraçando sua lembrança, sentindo sua presença mergulhada em profunda dor. E eu, tão pequena, estou diante do crematório que se apagou tarde demais...."

Assim chegamos ao último dia de nossa viagem - hoje é o dia em que vamos marchar junto com outros 18.000 judeus de Israel e da Diáspora, lembrando e honrando a memória dos 6 milhões de vítimas judias. O mundo comemora 60 anos do final da II Guerra Mundial e o povo judeu recorda suas vítimas inocentes. Embarcamos de manhã bem cedo no trem que nos leva de Varsóvia à cidade de Oswiecim, a pequena cidade polonesa em cuja vizinhança foi construído o campo de extermínio Auschwitz-Birkenau.

As horas de viagem passam quase desapercebidas. Conversas pessoais, lembranças familiares, pensamentos coletivos que unem este grupo de judeus, cada um dos quais levando consigo uma bagagem cultural, uma tradição - um povo com diversas vozes, unido por uma frase: "Kol Israel Arevim ze la ze". Todos olham, através das janelas, a paisagem, as pequenas aldeias, as estações de trem que se sucedem, e pensam - será que eles viram as mesmas paisagens quando estavam a caminho de... e é difícil terminar a frase, completar o pensamento.

Chegando à estação de trem, juntamo-nos aos outros grupos e começamos a "marcha" - a Marcha da Vida, marchando em direção a Auschwitz-Birkenau. Cada um de nós se compromete a preservar a lembrança da Shoá "até que nossas vidas honrem sua memória" (Izkor, por Abba Kovner). Num dos pontos altos da cerimônia, o rabino Meir Lau, ex-Rabino Chefe de Israel e sobrevivente da Shoá, falou sobre "nekume" - vingança. Criança ainda, na véspera da libertação em Buchenwald, ele viu gravado à unha, na parede, o testamento de um judeu que lá havia encontrado a morte, pedindo "nekume" - e ele perguntou qual poderia ser nossa "nekume", hoje. A resposta é uma só: "Ubacharta baChaim" - "Escolherás, pois, a vida" (Deuteronômio 30:19). Viver uma vida humana digna, assumir a responsabilidade de educar as próximas gerações seguindo o mandamento judaico "Ve achavta lereacha kamocha" - E amarás o próximo como a ti mesmo.

Terminamos nossa viagem, mas começamos nosso compromisso com o presente e nossa responsabilidade com o futuro. Como está escrito no Manifesto dos Sobreviventes, Yad Vashem, abril de 2002:

"... Ao transmitirmos esta tocha - a missão de recordar - às gerações vindouras, transmitimos com ela a mensagem judaica de que a lembrança deve conduzir a atos e compromissos morais... A lição da Shoá é a da necessidade de uma cultura que preze a educação baseada em valores humanos; a democracia; os direitos humanos e a tolerância; e que se oponha ao racismo e às ideologias totalitárias".