A ONU tem 192 países. Destes, 191 aprovaram, em 26 de janeiro de 2007, a resolução que declara: ‘Condene-se sem reservas qualquer negação do Holocausto’ e ‘insistam que todos os Estados Membros rechassem, sem reservas, qualquer negação, seja em sua totalidade, ou em parte, do Holocausto como fato histórico ou quaisquer que sejam as atividades encaminhadas com esta finalidade’. ‘Peçam aos Estados que ensinem nas escolas sobre o massacre nazista.’

A ONU tem 192 países. Destes, 191 aprovaram, em 26 de janeiro de 2007, a resolução que declara: "Condene-se sem reservas qualquer negação do Holocausto" e "insistam que todos os Estados Membros rechassem, sem reservas, qualquer negação, seja em sua totalidade, ou em parte, do Holocausto como fato histórico ou quaisquer que sejam as atividades encaminhadas com esta finalidade". "Peçam aos Estados que ensinem nas escolas sobre o massacre nazista."

A resolução recebeu apoio de numerosos países islâmicos e árabes. A presidente da Assembléia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Sheija Rashed al Jalifa, de Barheim, aconselhou a todos os países que se mantenham firmes no desejo de evitar atrocidades como a do Holocausto. O secretário-geral da ONU, Ban Ki-Moon, afirmou que o Holocausto é uma tragédia única, impossível de ser negada, e que "a habilidade dos nazistas para atrair simpatizantes, apesar de representarem a mais pura maldade, chega a ser perturbadora".

Houve um só país que se opôs à resolução, o Irã. Seu presidente, Mahmoud Ahmadinejad, voltou a dizer, recentemente, que o Holocausto foi uma "invenção" e vaticinou o fim de Israel: "Cairá em pedaços". O representante do Irã na ONU argumentou que não há que se fazer "juízos políticos" sobre o Holocausto, fechando a porta às investigações sobre suas características, seu tamanho e sua extensão.

Em toda a América Latina há centenas de sobreviventes do Holocausto. Para eles não há hipótese a ser investigada. Os nazistas assassinaram e jogaram quase todos os familiares destes sobreviventes em valas comuns, ou os asfixiaram com gás, ou os queimaram em fornos. Em Treblinka, assassinavam 12 mil judeus diariamente. Em Auschwitz, em pouco tempo mataram 1,5 milhão. O sobrevivente e Prêmio Nobel da Paz, Elie Wiesel, narra sua experiência dizendo: "Na época em que lá estivemos, não só nos sentíamos torturados e assassinados pelos nazistas, como também por aquilo que considerávamos o silêncio e a indiferença do mundo".

A humanidade disse, através da resolução da ONU, que não se calará frente aos chamados da negação e à destruição de Israel pelo presidente do Irã, em torno de quem líderes fascistas e neonazistas do mundo estão se reunindo. Toda a América Latina apoiou a resolução das Nações Unidas. Vários países, entre os quais a Argentina, empenharam-se ativamente para que o ensino do Holocausto fosse incluído no currículo de suas escolas. Muitos até criaram cadeiras sobre o Holocausto em suas Universidades. É preciso educar as novas gerações para que não sejam enganadas sobre o ocorrido. Enfrentar o novo fascismo negador do Holocausto é a melhor forma de evitar que se repita e não haja mais genocídios. Um célebre filósofo, Burke, advertiu: "A única coisa necessária para que o mal triunfe é que os bons homens nada façam".

Bernardo Kliksberg é assessor de diversos países e organismos internacionais. Autor de numerosas obras entre as quais, a mais recente, "Valores éticos e vida cotidiana" (AMIA, 2006).